REVISTA
No último dia 03\05, a prefeitura municipal de José de Freitas realizou mais uma super licitação. No entanto, desta vez, o exagero no valor ficou a olhos vistos. O pregão, agora, foi para a prestação de serviços de desinsetização, desratização e descupinização nas repartições públicas do município. Até aí tudo bem. O problema foi o valor do contrato, R$ 984.500,00 (novecentos e oitenta e quatro mil e quinhentos reais), e o curto espaço de tempo que o serviço será prestado, de 03 de maio a 31 de Dezembro. A empresa contratada foi Controle Saúde Ambiental Ltda, com sede em Teresina.
Uma cidade pequena como José de Freitas, que não conta com uma grande estrutura de prédios públicos, celebrar um contrato para desinsetização nesse valor, é no mínimo suspeito. Dando exemplo, a vizinha cidade de Lagoa Alegre, alguns meses atrás, realizou em regime de mutirão uma faxina geral na unidade de saúde daquela cidade, inclusive com a participação do diretor do hospital (isso se chama fazer mais com o mínimo, respeitar o povo, e aproveitar os recursos do município em infraestrutura para seus cidadãos).
A exemplo, R$ 984. 500 dariam pra recuperar todo o trecho que liga o centro à Barragem do Bezerro, local onde passa o maior número de pessoas de fora nesta cidade, levando uma péssima imagem nossa, e que está totalmente intrafegável.
Um governo que prima pela legalidade e respeita o povo que lhe concedeu o poder por quatro anos, tem que dar total publicidade a seus atos, sobretudo na hora de contratar com dinheiro público (do Povo). Na política feita com decência e respeito aos verdadeiros donos do poder (os cidadãos), não custaria nada avisar, de forma bem clara e exaustiva, a população, os meios de comunicação e convidá-los a se fazerem presentes desde o início dos preparativos de qualquer contratação com dinheiro público. Assim, minimizaria um pouco a suspeita sobre essas licitações.
Nesta administração, com apenas 8 (oito) meses, esta já é a quarta licitação nessas mesmas condições: houve a dos transportes, a da iluminação pública e a da limpeza pública. Nas três foram contratadas, coincidentemente, sempre empresas com sede em Fortaleza.
Já o legislativo local permanece inerte e de olhos fechados a essas possíveis irregularidades. Ou por falta de capacidade ou por conveniência. O certo é que não agem como um poder independente, com obrigação de fiscalizar o executivo, e dessa forma até contribuir com uma boa administração para o povo.
OPINIÃO
Enfrentamos um dos piores momentos na representatividade dos nossos governantes, e isso não é de agora, recentemente passou por aqui uma administração que cometeu diversas irregularidades, e atualmente continuamos na mesma. E o pior de tudo é que essas pessoas são exaltadas como heróis, como exemplo de honestidade, por alguns oportunistas e, na maioria das vezes, por cidadãos que são usados, e que se acostumaram com essa política assistencialista que torna o cidadão refém do “Chefe Político”, que tira das suas mãos o seu poder de decisão e escolha, passando a obedecer as ordens do chefe. Exemplo: pessoas votarem esperando uma portaria, um emprego, numa atitude que só alimenta a carreira longa dos políticos corruptos. Ou ainda, “fulano de tal (político ou secretário) me deu isso, me deu aquilo”. Ele está concedendo isso com o próprio dinheiro do cidadão (dinheiro público), mas passa para a pessoa como se estivesse fazendo um favor e como se fosse do seu próprio bolso, tornando-o refém.
Para mudar essa realidade, que aliena e trava o desenvolvimento, só a união dos bons e conscientes do atraso político-administrativo que estamos mergulhados. Só assim se conseguirá virar essa página negra da história de José de Freitas, em que a sociedade foi dividida em dois lados opostos e, cegamente, luta por duas correntes que na sua essência são iguais, com as mesmas práticas, com os mesmos desvios de condutas, e com os chefes que têm currículos muito inferiores à maioria dos cidadãos que os cercam, sobretudo na parte moral.
Da Redação