A proposta de reajuste encaminhada pelo governo do estado é bastante inferior à desejada
Os professores da rede estadual de educação foram mais uma vez à Assembleia legislativa protestar em mais um dia de greve. De acordo com a presidente do Sindicato dos trabalhadores em Educação Básica Pública do Piauí (Sinte-PI), Odeni Silva, a greve continua e por tempo indeterminado.
“Nós vamos permanecer aqui, estamos vigilantes aos deputados para não votarem a proposta que o governo encaminhou e para pedir apoio. É uma proposta que não valoriza o professor, porque, além de não pagar um piso digno, retira o direito da regência, pune os professores que foram à universidade”, disse.
A proposta de reajuste encaminhada pelo governo do estado é bastante inferior à desejada pelos professores, que é de 22%. Em entrevista na manhã desta terça-feira (17/04), o governador Wilson Martins demonstra que não vai se render aos professores.
“Não vamos deixar que sejam exauridos todos os meios de entendimento, já recomendamos isso ao secretário Átila Lira. Portanto, convocamos aos professores que retornem às salas de aula. Agora vamos trabalhar com a Assembleia que tem um projeto que dá um aumento para todas as classes entre 6% e 7%, que poucos estados fizeram isso”, afirmou.
Odeni Silva rebate e afirma que não deveria funcionar desta forma. “A lei é muito clara, o governo teria que pagar o piso desde o mês de janeiro, e queremos que os deputados mudem a propostas, queremos um diálogo com o governo, mas ele está nos massacrando. Precisamos de profissionais valorizados”, afirmou.
Sobre os protestos realizados por alunos e pais, onde eles foram às escolas e ficaram de costas para a quadro, a presidente do Sinte-PI afirma que todos deveriam estar do lado dos professores. “Todos deveriam estar a favor dos professores que é uma profissão desvalorizada e sofrida, não podemos sair dessa manifestação humilhados e pedimos o apoio de todos, principalmente dos estudantes”, concluiu.
O ex-deputado estadual Tererê também apoiou o movimento e carregou um caixão usado no manifesto, além de discursar no microfone. Os protestos que já duram mais de 40 dias pretendem continuar, principalmente com manifestações na Assembleia, apesar de hoje terem sido proibidos de entrarem, pois policiais militares fizeram a segurança do prédio.
Fonte: 180graus