Treze pessoas suspeitas de integrar quadrilha especializada em fraudar concursos públicos foram presas neste domingo (1º), durante prova da Polícia Militar do Piauí. Para o delegado Menandro Pedro, titular do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), cada membro do grupo apresentava-se como candidato e utilizava embalagens de borracha nos celulares para que o detector não notasse os objetos.
“Nós registramos as tentativas de fraudes em locais onde a prova estava sendo aplicada, como na Unidade Escolar Marves, no bairro São João, em Teresina, e na cidade de Picos. Entre os integrantes do grupo têm seis pernambucanos, que foram encaminhados para a Central de Flagrantes da capital. Com eles encontramos aparelhos enrolados até com preservativos e que continham os gabaritos”, disse.
O delegado informou que a polícia já investigava a quadrilha, mas não revelou como chegou até os integrantes e se outros candidatos chegaram a ter acesso ao resultado. Outros detalhes da Operação Certame serão divulgados numa entrevista coletiva nesta segunda-feira (1º), na sede do Greco.
Prisões
O tenente Elivaldo Moraes dos Santos, também técnico do Tiradentes, foi preso neste domingo após ser flagrado vendendo respostas do concurso aos candidatos da PM.
O policial havia contratado uma mulher para fazer a prova e esta forneceria a folha com as respostas, que seriam repassadas pelo celular ao seu filho, também candidato, e outros dois concorrentes que pagaram pelo resultado.
De acordo com o delegado Menandro Pedro, o tenente chegava a cobrar R$ 10 mil pelo resultado. Segundo testemunhas, eram pagos mil reais adiantados ao tenente e os outros nove mil restantes do acordo seriam pagos somente após a aprovação no concurso.
O filho do PM, a mulher contratada para repassar as respostas e os candidatos fraudadores também foram presos e encaminhados para à Central de Flagrantes de Teresina.
Nucepe
Mesmo com a fraude, o Núcleo de Concursos e Promoção de Eventos (Nucepe) descartou qualquer possibilidade de anular o certame realizado neste domingo (1º) em Teresina, Picos, Floriano, São Raimundo Nonato, Bom Jesus e Corrente.
Segundo o presidente da organizadora do concurso, Jorge Martins, tentativas de fraudes foram detectadas nos vários locais de aplicação da prova em Teresina. “Não temos a precisão de quantos candidatos teriam comprado as respostas, mas em todas as tentativas de fraudes o rastreador utilizado pelos fiscais apontou as pessoas que portavam aparelho eletrônico, ajudando desta forma o trabalho da polícia. Como todos os envolvidos foram presos, não temos porque anular ou cancelar o concurso”, relatou.
Fonte: G1/Piauí