OPINIÃO: LUCIDEZ NO ATO DE VOTAR

“Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente, e pelo mesmo motivo”.

A frase é do escritor português Eça de Queiroz, mas o sentimento é ou deveria ser de todos nós Freitenses de bem, cansados com o continuísmo, do modo torpe de fazer política no nosso município. Não é de hoje que casos de corrupção abalam nossa confiança na classe política local e regional. O que o eleitor omisso não entende ou não se importa, infelizmente é que o poder de mudança está em nossas mãos.

Voltando à frase de Eça de Queiroz, deduzimos que estes senhores já estão absolutamente saturados do poder de legislar a eles outorgados por nós, ou melhor, estão viciados, e a fralda apaixonada pela bunda.

Sempre defendi, como observador amador, que assim como os cargos executivos, os legislativos tivessem um limite de reeleições. Mais que isso, defendo que a inescrupulosa ‘’carreira política’’ seja limitada por um número máximo de anos e mandatos, ou seja, dar fim a estes homens que se gabam de vinte, trinta anos de vida pública.

A política necessita sempre de novas ideias, novos impulsos, fraldas limpas. O continuísmo é prejudicial para toda e qualquer democracia. Portanto, reeleger prefeito e vereadores é mostrar-se satisfeito com o modo de fazer política que estamos acostumados a ver. Acredito piamente que o bom cidadão e bom eleitor está insatisfeito com a câmara municipal e o comando maior da atual legislatura. É importante que tornemo-nos eleitores mais completos, plenos, conscientes, prontos para escolhermos um bom candidato.

Temos que avaliar o que foi realmente uma tortura para os cidadãos Freitenses nos últimos anos. Chegado mais um ano de eleição no município é momento de não perdoarmos aqueles que nos aplicaram ‘’tortura’’, não sob a ótica do período da ditadura militar, mas a tortura igualmente degradante à promoção humana, que implicou negação de direitos à educação e à saúde que arquejam a olhos vistos.

Por outro lado, qualquer homem ou mulher minimamente consciente de seus direitos, sabe que se há intervenção do Ministério Público para que direitos negados da cidadania sejam cumpridos eis a prova extrema de que o administrador público está torturando os cidadãos. É chegado o momento de avaliarmos não só  o poder executivo, mas também o legislativo.

Será que o legislativo cumpriu sua principal função legal, que é fiscalizar? Fiscalizar com independência o executivo. É importante entendermos que temos um instrumento, não de ódio, mágoa ou vingança, mas do não perdão. O voto livre e consciente em nome da memória coletiva dos marginalizados e torturados de nossa cidade, vítimas em potencial desse poder nefasto e maquiavélico que impera entre nós nos últimos anos.

Precisamos de um legislativo atuante que esteja interessado em legislar para o bem da comunidade, e as eleições municipais em curso são um ótimo palco para observarmos bem isso tudo, pois a realidade das cidades é menos complexa que a de um estado ou país. Portanto é também a que os cidadãos conhecem melhor, daí o velho ditado que diz ‘’quem mora na aldeia conhece os caboclos’’.

O desenvolvimento do nosso município depende do nosso conhecimento, principalmente  o conhecimento sobre o voto lúcido. Voto é o exercício do sufrágio, é a oportunidade que cada um tem de decidir o próprio futuro, no entanto, saibamos aproveitar essa oportunidade, fazendo a escolha certa, pautada nos princípios morais de cada postulante aos cargos ora disputados.

Por  Armando Alves – taxista