O delegado da Polícia Federal Franco Perazzoni afirmou que as operações realizadas neste domingo, 6, para combater fraudes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) continuam em curso e que ainda haverá novos desdobramentos. Até agora, 11 pessoas foram presas.
“A operação ainda está em curso, tem pessoas que estão sendo ouvidas. Agora, com a conclusão das provas, vamos cruzar dados, checar semelhanças de gabaritos”, disse.
A PF realizou duas operações em pelo menos oito Estados para combater fraudes contra o Enem, que aconteceu neste fim de semana. A primeira, chamada de Operação Jogo Limpo, foi para cumprir 22 mandados de busca e apreensão nos Estados do Norte e do Nordeste. A segunda, batizada de Embuste, aconteceu em Montes Claros, em Minas Gerais, e cumpriu 28 mandados judiciais.
Para deflagrar as operações, uma das estratégias da PF foi analisar os gabaritos apresentados em anos anteriores de pessoas que teriam apresentado respostas suspeitas de fraude e que fariam a prova novamente neste ano.
Segundo o delegado, as quadrilhas têm usado tecnologias modernas para fraudar os exames. Um dos supostos estudantes identificados usava um ponto eletrônico no ouvido tão pequeno que objeto teve que ser retirado com uma pinça.
“O desafio de combater efetivamente uma fraude dessa magnitude não é coisa fácil, mas eu quero destacar que tudo isso é decorrente de uma parceria que vem sendo feito há alguns meses, entre PF, MEC (Ministério da Educação), Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira)“, disse Perazzoni.
Jogo Limpo e Embuste. A Operação Jogo Limpo cumpriu 22 mandados de busca e apreensão nos Estados do Maranhão, do Piauí, do Ceará, da Paraíba, do Tocantins, do Amapá e do Pará.
Já a Operação Embuste cumpriu 28 mandados judiciais, sendo quatro de prisão temporária, quatro de condução coercitiva, 15 de busca e apreensão e cinco mandados de sequestro de bens.
Os envolvidos já teriam neste ano fraudado ao menos dois processos seletivos: o vestibular realizado na cidade de Mineiros, em Goiás, e o vestibular de Medicina de Vitória da Conquista, na Bahia. O próximo passo do grupo consistiria em fraudar o Enem.
Os presos poderão responder pelos crimes contra a fé pública, o patrimônio, a paz pública, dentre outros delitos. Se condenados, as penas máximas aplicadas aos crimes ultrapassam 20 anos.
Fonte: Estadão