Morte de universitária pode ter sido crime passional, diz polícia

Familiares e amigos da universitária Fernanda Lages Veras, encontrada assassinada na manhã desta quinta-feira (25) lotam o 5º DP para prestar depoimento. Entre os presentes na delegacia estão quatro amigas que estavam com ela na noite passada entrando pela madrugada.

Fernanda, 19 anos, natural de Barras, estudante de Direito em Teresina

Uma delas, que não quis se identificar, disse que o grupo assistiu a um jogo de futebol na churrascaria na Zona Leste, depois saíram para uma boate e em seguida para um bar próximo à avenida Miguel Rosa, na zona Norte. “Depois disto, nós nos separamos. Ela foi a primeira que saiu. Foi embora sozinha por volta das 4h20. Hoje pela manhã é que nós soubemos da notícia”, declarou.

As amigas confirmaram que Fernanda morava com um casal de amigos no bairro São João, em uma residência próxima à obra onde ela foi encontrada morta.

Parentes e amigos no 5º DP, em busca de informações
Segundo as amigas, ela não tinha namorado, apenas alguns “paqueras”. Acreditam que pode ter sido vitimada por uma pessoa conhecida com quem ela tenha tido algum relacionamento.
Delegado
De acordo com o delegado Mamede Rodrigues, titular do 5º DP, a principal linha de investigação é de crime passional. Agora a polícia está buscando um homem com quem a jovem teria relacionamento e confirmar ou descartar a participação dele no crime. “Estamos rastreando as últimas ligações do celular dela. A forma como ela foi encontrada mostra que ela resistiu até o último momento, lutando pela vida”, descreve.
Delegado Mameda
Segundo o delegado Mamede Rodrigues, do 5º Distrito Policial, o ex-namorado dela, conhecido Pablo, foi chamado para depor e relatar o que sabe sobre a jovem. O delegado colhe depoimentos desde o início das investigações, logo após a perícia descartar a possibilidade de suicício e confirmar que ela foi, na verdade, assassinada brutalmente, com marcas de madeira e ferro. Fernanda apresentou o braço fraturado, unhas quebradas, pernas raladas, indicando que ela tenha sido morta em um local e arrastada para outro.
ATUALIZADA ÀS 18:30 HORAS

O depoimento do ex-namorado de Fernanda, Pablo Vital, terminou às 16:40h. Pablo estava na companhia do pai e do advogado Cleiton Cunha. Ele declarou que esteve com ela na noite de ontem nas proximidades da faculdade em que ela estudava, às 21:30h.

Pablo, de camisa vermelha, acompanhado do advogado

” Depois eu fui para casa e dormi. Eu sou muito caseiro e ela gostava muito de sair, por isso o nosso namoro não de certo”, disse ele.

Pablo foi levado para o IML para fazer exame de corpo delito. O pai de Pablo, disse que os dois teriam terminado o namoro, mas ainda eram apaixonados. Ele acrescentou que soube da morte de Fernanda hoje pela manhã e que não irão oferecer resistência para colaborar com a polícia.

O exame de DNA que será realizado no material genético (resquícios de pele humana encontrado nas unhas da vítima quando ela tentava se defender do agressor) deve identificar o culpado. O carro também foi periciado. O notebook da jovem foi entregue ao delegado por uma tia da vítima e as últimas ligações telefônicas também estão sendo investigadas. “Nós estamos trabalhando para formalizar um flagrante”, diz o delegado Mamede, afirmando que até agora não há suspeitos. Segundo o delegado, o laudo da perícia deve sair em 10 dias e será bastante útil.

Investigadores encontram mensagens no celuler de Fernanda

Os investigadores que trabalham no caso Valdir, Pimentel, Paulinho e Charles, encontraram várias mensagens no celular da vítima, dentre elas, algumas de Pablo de quem Fernanda estava separada há dois meses.

Uma dessas mensagens Pablo mandou na noite de ontem (24) em que dizia que faria qualquer coisa para voltar com Fernanda, inclusive frequentar festas, “até forró se você quiser eu aprendo”. Pablo, segundo amigas de Fernanda, detestava festas, ao contrário da ex-namorada, que dificilmente recusava um convite das amigas para sair.

Além de dois celulares – um deles completamente danificado – a polícia recolheu entre os pertences de Fernanda que estavam dentro Fiat 2011 de sua propriedade, uma bolsa com roupas para trocar e soube mais tarde, através de duas amigas que estiveram com ela pouco antes do crime, que Fernanda sempre andava com roupas sobrando no carro.

Foi nos celulares que os investigadores encontraram as primeiras pistas. Fernanda não recebeu nenhuma ligação entre o bar do “Pernambuco”, na avenida Miguel Rosa, zona norte, o último local em que foi vista, bairro Mafuá, e o prédio do Ministério Público Federal, mas lá estavam algumas mensagens.

A que chama mais atenção é uma com palavras debochativas, passada às 7 horas e 03 minutos de hoje, quando a moça já estava morta. O texto, considerado debochativo, dava a entender que o autor insinuava que fora bem feito o que acontecera. Esta última mensagem ainda não teve sua autoria identificada pela polícia.

Da Redação      Com informações do Gp1