O atacante, terceiro maior artilheiro da história do Sport Clube do Recife, estava internado desde o dia 3 de fevereiro no Hospital da Restauração, na capital pernambucana e faleceu hoje à tarde.
Segundo a médica do Hospital da Restauração, Fátima Buarque, que vinha acompanhado Leonardo desde o início de sua internação, a morte do ex-atacante foi por falência múltipla dos órgãos.
“Ele faleceu agora. Teve falência múltipla dos órgãos e não teve condições nem de fazer a hemodiálise hoje por conta do seu estado” – declarou.
O estado de saúde de Leonardo sempre foi tratado com muito sigilo pela família, por amigos e por funcionários do Sport, que sempre o acompanharam desde o início da doença. Ele chegou a ser internado em outubro do ano passado, mas o caso não teve conhecimento da imprensa. No início de fevereiro, quando voltou ao hospital, os médicos sempre se mostraram muito cuidadosos ao falar sobre o estado do ex-jogador.
Natural de Picos, conquistou o campeonato Piauiense de Futebol Profissional pela Sep em 1996 e depois se transferiu para o Sport Recife. E foi na capital pernambucana onde ele mais brilhou e construiu toda a sua vida. Leonardo saiu para jogar em clubes do Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em São Paulo, por exemplo, mas sempre retornava para onde era mais feliz: a Ilha do Retiro.
Histórico de sucesso na Ilha do Retiro
Leonardo marcou 136 gols vestindo a camisa rubro-negra, o que o torna o terceiro maior artilheiro da história do Sport. Só perde para Traçaia e Djalma, que foram bem nas décadas de 50 e 60, respectivamente. Seu faro de artilheiro ficou evidenciado em grandes partidas, como a que o Leão venceu o Atlético-MG por 6 a 0, em 2000, pela Copa João Havelange, em pleno Mineirão – ele marcou cinco tentos naquele jogo.
Outra marca que coloca Leonardo no topo dentro do clube é a de títulos conquistados. Ao todo são oito, com duas Copas do Nordeste (1994 e 2000) e seis Campeonatos Pernambucanos (1994, 1997, 1998, 1999 e 2000). O recordista de títulos com a camisa do Leão é Magrão, com oito no total.
Além do Sport, Leonardo vestiu a camisa de outros grandes clubes do futebol brasileiro. Em 1995, foi contratado pelo Vasco ao lado do amigo Juninho Pernambucano. Foi uma temporada inteira no clube carioca até ser negociado para o Corinthians, onde começou bem e foi um dos artilheiros do Timão na Libertadores. A passagem, no entanto, durou pouco e ele acabou indo parar no Palmeiras naquele mesmo ano.
O ano de 1997 marcou o primeiro retorno para casa e a volta não poderia ser melhor com a artilharia e a conquista do Campeonato Pernambucano. O que era apenas uma relação bonita com a torcida, passou a se transformar em idolatria a cada jogo. Foram mais três títulos e o protagonismo na boa campanha do Sport na Copa João Havelange de 2000, até que veio uma proposta do Cruzeiro.
A saída mostrou novamente que o seu lugar era a Ilha do Retiro. Sem destaque, saiu do Cruzeiro e ainda jogou por América-MG, Vitória-BA e Belenenses, antes de retornar ao Leão em 2004. A última passagem não foi das melhores, já que o clube não conseguiu ser campeão pernambucano. E foi mal na Série B do Campeonato Brasileiro. Sem apresentar o mesmo futebol, Leonardo rodou ainda por Paysandu, Guarany-CE, Picos-PI, Santa Cruz – onde ajudou no acesso à Série A em 2005 -, Central, Cametá-PA, Sete de Setembro e Afogadense, onde encerrou a carreira em 2012.
Leonardo trabalhava nas categorias de base do Sport deste 2014 e era o responsável por lapidar os garotos que tinham o sonho de se tornar atacantes. Ele circulava por todas as categorias com treinamentos de finalizações e posicionamento. Ele descobriu e levou para o clube o garoto Wallace, que hoje treina entre os profissionais depois de se destacar na equipe Sub-20.
Fonte: Jornal de Picos