O capítulo da história do Brasil conhecido como Inconfidência Mineira aconteceu há mais de 200 anos. Mas só agora, com a ajuda da tecnologia, foram identificadas as ossadas de três heróis desse daquele movimento pela independência do Brasil.
O trabalho de identificação levou quase 20 anos. O professor da Unicamp recebeu uma urna com centenas de pedaços de ossos misturados. Teve que usar técnicas de medicina legal e exames modernos para determinar que eram de três pessoas com idades diferentes.
O crânio era do mais velho. Com a ajuda de uma universidade em Londres, foi feita a reconstituição do rosto de José de Resende Costa, o primeiro inconfidente a ser revelado com a ajuda da ciência.
“Estudando pecinha por pecinha, depois através da densitometria óssea e toda aquela verificação, eu posso dizer que de 98% a 100% são eles”, explica Eduardo Daruge.
Depois que Tiradentes foi executado, em 1792, os três inconfidentes foram banidos do país. Saíram do Brasil para Portugal e de lá, foram levados para a África, para a Vila de Cachéu, Guiné Bissau, então Guiné Portuguesa.
Domingos Vidal Barbosa e João Dias da Mota morreram no ano seguinte. José de Resende Costa, em 1798.
Uma indígena, moradora da Vila Cachéu, confirmou que na cova ao lado da igreja estavam brasileiros que tinham sido exilados. Era o que ela tinha ouvido dos pais e avós na década de 30. A informação chegou aos ouvidos de um diplomata brasileiro. Ele, então, trouxe a urna com as ossadas para o país.
A urna estava em uma igreja em Ouro Preto e foi enviada para estudos na Unicamp. Agora, mais de dois séculos depois, os três mineiros vão ser sepultados como personagens da nossa história.
Fonte: g1