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Hemofílicos terão acesso a novo medicamento de alta tecnologia

Matéria publicada em, 08/03/2013

Cerca de 10 mil brasileiros que possuem hemofilia serão beneficiados com a oferta gratuita de medicamento de alta tecnologia no controle de sangramentos. O Ministério da Saúde aprovou nesta quinta-feira (7) o uso do fator VIII recombinante, que estará disponível em até seis meses nos hemocentros do País, para esse tipo de tratamento.

hemofílicosCom a mesma eficácia e segurança que o do fator plasmático, já ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS), o novo medicamento tem a vantagem de não depender de doações de sangue, o que limita a produção. Estudos apontam que a taxa de sucesso no tratamento com o fator VIII recombinante é igual ou superior a 90%. Atualmente, 97% dos tratamentos para hemofilia realizados no SUS ocorrem com uso de plasma humano (plasmático). Os 3% restantes são pacientes que já recebem o tratamento com o fator VIII recombinante por meio de ações judiciais. Para cumpri-las, o ministério gastava entre U$ 1,5 a U$ 1,75 por unidade do medicamento.

A Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) foi firmada em outubro de 2012 com a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), que vai produzir o medicamento no País. A expectativa é de que o ministério passe a adquirir o medicamento a preço quatro vezes menor do que o valor médio atual pago para atender a demandas judiciais. Com essa nova Parceria, estima-se que até 2014 o uso do fator VIII recombinante deve corresponder a 20% do total de tratamentos.

Parceria

Ainda em 2013, a Hemobrás fornecerá 350 milhões de unidades internacionais do fator VIII recombinante, ao custo de US$ 120 milhões. Esse valor inclui a transferência de tecnologia. Atualmente, apenas três empresas no mundo produzem a droga. Por meio da PDP entre a Hemobrás e o laboratório privado americano Baxter, o Brasil irá incorporar a tecnologia e no decorrer dos próximos 10 anos passará a produzir o medicamento.

Hemofilia

A hemofilia é uma doença hemorrágica, de herança genética, que leva à perda de mobilidade do paciente. Traumas – até os mais leves que ocorrem na vida de qualquer criança – podem causar hemorragias graves e que ameaçam a vida ou causam sequelas. Atualmente, 16 mil hemofílicos são assistidos pelo SUS, 10,5 mil deles com hemofilia A e B. Desse total, 3,4 mil são portadores da forma grave da doença, caracterizada por sangramentos em uma mesma articulação, que pode levar ao dano articular e em alguns casos à invalidez.

Os portadores dependem de transfusões de sangue repetidas e da administração dos fatores de coagulação que eles não conseguem produzir. Nos hemofílicos do tipo A, o fator da coagulação que está faltando no corpo da pessoa é o fator  VIII, e é esse que deve ser reposto.

Se não forem tratadas, as repetidas hemorragias nas articulações causam deformidades e perda de mobilidade. A profilaxia com fator VIII aplicado regularmente durante o período de crescimento das crianças evita sangramentos e previne  deformidades.

Fonte: www.brasil.gov.br


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