Após quase 70 dias de paralisação, a greve dos professores da rede estadual de ensino recebe a primeira proposta mais próxima das reivindicações da categoria. Hoje pela manhã, em nova reunião no Palácio de Karnak com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, o governador Wilson Martins, enfim, cedeu um pouco e concordou em estender o reajuste de 22% para todas as classes de professores.
No entanto, na proposta do governo, o percentual será concedido de maneira escalonada, sendo atingido em sua totalidade apenas no mês de outubro. Em maio o reajuste permanece nos atuais 8% contidos no plano aprovado pela Assembleia Legislativa na semana passada, em junho passará a 10%, em agosto 12% e, enfim, chegando aos 22% somente em outubro. O governador matém a incorporação da regência ao vencimento, e também, não concordou em pagar o retroativo a janeiro para todas as classes.
“O governo chegou ao entendimento de que a solução para o impasse seria estender o reajuste de 22% linear para toda a categoria, mas com escalonamento. É um sacrifício que o governo está fazendo para encerrar a greve”, afirmou o secretário de Educação.
Kássyus Lages, secretário de Comunicação do Sinte-PI, opina que a nova proposta levada à mesa de negociação pelo governo é a que mais se aproximou do que a categoria reivindica. “Sem dúvidas, houve um avanço considerável na proposta apresentada pelo governador. Temos que admitir. Embora alguns pontos da nossa pauta não tenham sido atendidos pelo governo”, avalia Kássyus.
A decisão final sobre o fim da greve caberá à assembleia geral dos professores, marcada para as 9 horas desta segunda-feira, ao lado do Palácio de Karnak.
Muitos professores consideram a proposta do governo uma afronta, já que incorpora a regência ao vencimento, não paga o retroativo referente a janeiro, como manda a Lei do Piso, e só chegará aos 22% somente em outubro, ou seja, o reajuste reivindicado pela categoria será contemplado somente por três meses do ano.
Da Redação