O Governo Federal deve dotar medidas para acelerar o processo de massificação do acesso à internet banda larga. Foi o que garantiu o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, durante palestra no 55º Painel Telebrasil, em Brasília. “Vamos optar por um cenário alavancado na questão da internet”, disse o ministro.
Bernardo afirmou que o MiniCom e a Anatel estão estudando meios para que a internet chegue a pelo menos 75% da população brasileira antes do ano 2020. O ministro usou como exemplo a Coreia, que hoje conta com 100% dos domicílios conectados à rede após um esforço que levou uma década e meia para mostrar resultados. “A Coreia pode servir de exemplo para o Brasil, porque nós queremos levar a internet para toda a população. Mas nós não temos 15 anos para fazer isso. Precisamos fazer em muito menos tempo”, disse.
O ministro demonstrou a preocupação do governo em relação à disponibilidade dos serviços de telecomunicações na zona rural. “Precisamos olhar para as populações, as propriedades e as empresas na área rural. Isso é uma dívida histórica que nós temos. O nosso modelo ainda não olhou com a devida atenção para o campo”, enfatizou.
Uma das medidas estudadas pelo governo para levar internet e telefonia ao campo é utilizar a faixa de espectro de 450 MHz. “Temos avaliações técnicas de que essa faixa pode ajudar muito por ser baixa, por ter possibilidade de se fazerem equipamentos simples e mais baratos”, disse.
Segundo informou o ministro das Comunicações, com o fechamento das negociações do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU), aprovado hoje na Anatel, haverá uma definição mais clara sobre como o espectro poderá ser utilizado.
Setor privado
Bernardo considera que não é razoável a estratégia das teles de atingir apenas as grandes cidades e municípios de médio porte. De acordo com o ministro, o governo tem interesse em trabalhar em parceria com as grandes empresas, mas também vai fazer cobranças para que toda a população tenha acesso a serviços de telefonia e internet.
“Como empresas se conformam em oferecer serviços que atendem cerca de 20% da população? Não acho razoável. Acho que isso se deve à renitente opção das nossas empresas de oferecer serviço caro e atender a pouca gente. Podemos fazer muito mais do que isso”, apontou Paulo Bernardo.
Fonte: acessepiaui