Bancado exclusivamente pelo contribuinte – ou seja, a custo zero para os senadores, ex-senadores e seus dependentes -, o plano de saúde do Senado paga despesas que incluem implantação de próteses dentárias com ouro e até sessões de fonoaudiologia para melhorar a oratória e driblar a timidez. Alguns senadores chegam a gastar até R$ 70 mil por tratamento dentário, que é estendido até mesmo a senadores que foram cassados por suspeita de envolvimento em corrupção.
Além do pedido de ressarcimento com serviços odontológicos, senadores e ex-parlamentares enviaram à Casa notas de despesas com tratamentos estéticos, incluindo uso de Botox.
Os valores são estendidos até mesmo a senadores que foram cassados por suspeita de envolvimento em corrupção. O caso, divulgado pelo ‘Estado’ no último domingo (09/03), é exemplo da farra de políticos com dinheiro público. Relembre outros episódios a seguir.
30 de dezembro de 2013: O ‘Estado’ revelou que Renan Calheiros recolheu R$ 27.390,25 aos cofres públicos. ‘O valor se refere ao uso da aeronave em 18 de dezembro entre as cidades de Brasília e Recife e foi calculado pela Força Aérea Brasileira (FAB)’, informou a assessoria de imprensa da Presidência do Senado. Renan viajou para a capital de Pernambuco com o objetivo de fazer um implante de cabelo e não tinha compromissos oficiais naquela data.
18 de novembro de 2013: Deputados gastam quase R$ 8 mi em postos de gasolina. Com apenas uma nota fiscal emitida ao mês, deputados federais conseguem usar toda a cota de combustíveis a que têm direito. No Senado, os valores chegam a ultrapassar os R$ 20 mil. Entre os documentos apresentados, estão notas de postos de combustível de parentes dos parlamentares e estabelecimentos que foram doadores em suas campanhas.
16 de agosto de 2013: O Senado gastou quase R$ 2 milhões com a compra de 1,4 milhão de selos – considerando o valor de R$ 1,20 para uma carta comum – em um ano e quatro meses, mas não sabe o que foi feito com o material. O gasto em selos seria suficiente para distribuir uma correspondência para cada morador de Goiânia, com 1,3 milhão de habitantes; ou 18 mil selos por senador.
21 de março de 2013: Após o fim do 14.º e o 15.º salários dos deputados, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN – foto), adotou um pacote de bondades para os parlamentares que vai de criação de cargos a aumento da cota usada para pagar despesas no exercício do mandato. A extinção dos dois salários extras, aprovada no fim de fevereiro, significou uma economia anual de R$ 27,41 milhões – parte desse dinheiro voltará, agora, para o pagamento de despesas dos deputados.
12 de janeiro de 2013: Câmara gasta R$ 280 milhões para reformar apartamentos funcionais (foto). A reforma dos 432 apartamentos funcionais destinados aos deputados federais vai custar pelo menos R$ 280 milhões aos cofres públicos, segundo estimativas da Câmara – o que equivale a R$ 650 mil para cada imóvel. Até agora, a Casa gastou cerca de R$ 108 milhões com os nove prédios que já passaram ou ainda estão sendo reformados.
8 de setembro de 2012: Na Câmara Municipal de SP, cadeira azul custa até R$ 8 milhões. Considerada a disputa legislativa mais concorrida do País, a corrida por uma das 55 cadeiras da Câmara Municipal paulistana requer, antes de mais nada, fôlego financeiro. O salário atual de um parlamentar municipal é R$ 9.288,05 – a soma em quatro anos de mandato, incluindo o 13º, não chega a meio milhão de reais.
11 de abril de 2011: O deputado Tiririca (foto) devolveu à Câmara o dinheiro público gasto num resort de luxo em Fortaleza. Eleito por São Paulo, o parlamentar apresentou à Câmara em março o pedido de reembolso de notas fiscais de R$ 660 de hospedagem e R$ 311 de alimentação no Porto d’ Aldeia Resort, hotel que fica em meio a dunas, com piscina e vista para o mar na capital cearense, sua terra natal.
Fonte: Estadão