F1: Vettel passa Webber na largada, vence e assume ponta do Mundial

Sebastian Vettel deu um passo fundamental no seu caminho rumo ao tricampeonato consecutivo da F1 em 2012. Confirmando as expectativas e o favoritismo, o jovem alemão não teve adversários no GP da Coreia do Sul, 16ª etapa da temporada, disputada neste domingo (14). Líder desde a primeira curva da primeira volta em Yeongam, Sebastian liderou praticamente de ponta a ponta e não foi desafiado em momento algum das 55 voltas da prova. Após pouco mais de 90 minutos, Vettel cruzou a linha de chegada com 8s2 de vantagem para Mark Webber, que largou na pole e terminou em segundo, consolidando a dobradinha da Red Bull, a primeira de toda a temporada.

Fernando Alonso só chegou a ter um bom momento na corrida quando ganhou a posição de Lewis Hamilton na primeira volta para ser o terceiro colocado na corrida. Mas é preciso dizer que o espanhol foi totalmente ofuscado pela ótima performance de Felipe Massa. Mais rápido que Fernando em praticamente toda a prova, o brasileiro precisou ser contido pela Ferrari e não atacou seu companheiro de equipe, que ainda luta pelo título. Massa chegou em quarto, mas muito próximo do bicampeão do mundo.

Vettel vira o jogo e agora é ele quem está com caminho livre rumo ao tri (Foto: Red Bull/Getty Images)

Fato é que a vida de Alonso ficou bem difícil com a ascensão de Vettel rumo ao tri. Agora é o alemão quem lidera a temporada. Graças à vitória no GP da Coreia do Sul, agora Sebastian soma 215 pontos e abriu seis de vantagem para o espanhol. Contando com uma Ferrari bem inferior ao Red Bull RB8 nesta fase crucial do campeonato, Fernando sabe que está cada vez mais difícil chegar ao tão sonhado título como piloto de Maranello.

Vettel chegou a mais um recorde histórico graças à vitória na Coreia. De uma vez só, o alemão superou o mitológico Juan Manuel Fangio e empatou com outras duas lendas da F1 em número de conquistas. Agora Seb tem 25 êxitos, mesmo número de Niki Lauda e Jim Clark. E, a se confirmar o bom momento do taurino, é bem possível que Lauda seja igualado também em número de títulos no fim desta temporada.

Bruno Senna fez uma corrida de pouco brilho na Coreia do Sul. Aliás, não apenas o brasileiro, mas também seu companheiro de Williams, Pastor Maldonado. O único momento de destaque da dupla ficou justamente para a última volta, quando ambos protagonizaram uma breve disputa. No fim das contas, Maldonado cruzou a linha de chegada em 14º, 1s9 à frente de Bruno, que segue sem pontos desde o GP da Itália, há pouco mais de um mês.

Saiba como foi o GP da Coreia do Sul de F1

A largada do GP da Coreia do Sul foi relativamente tranquila, muito mais do que o esperado, sobretudo por conta da primeira curva, bem fechada. Vettel ganhou a posição de Webber nos metros iniciais e começou ali sua epopeia rumo a mais uma vitória na temporada. O australiano caiu para segundo, tentou retomar a ponta, mas o alemão se segurou na frente. Mas Webber conseguiu se manter à frente de Alonso, que largou bem e ganhou a posição de Hamilton.

Räikkönen manteve a quinta colocação, seguido por Massa e, incrivelmente, por Grosjean, que escapou ileso na primeira volta. Quem não teve a mesma sorte foi Jenson Button, que encerrou sua participação na corrida antes de completar a primeira volta. Acertado por Kamui Kobayashi no fim da grande reta de Yeongam, o britânico teve a suspensão dianteira direita destruída. Pódio em Suzuka, Kamui foi para os boxes, mas seguiu na prova.

Quem também deixou o GP da Coreia do Sul logo no começo foi Nico Rosberg, aparentemente com problemas mecânicos em sua Mercedes W03, que ficou parada na grande reta do circuito. Seu carro demorou uma enormidade para ser retirado da pista. Os comissários de prova sinalizaram o trecho com bandeira amarela, impossibilitando não apenas as ultrapassagens, mas também a ativação da zona da asa móvel.

Em grande fase e perto de renovar seu contrato com a Ferrari, Massa ganhou a posição de Räikkönen e subiu para quinto, tendo à sua frente Hamilton, Alonso, Webber e Vettel que, a exemplo do que aconteceu em Suzuka, há uma semana, começou uma bela sequência de voltas mais rápidas, mostrando que dificilmente seria batido em Yeongam.

Destaque, também, para Bruno Senna. O brasileiro, que não fez boa classificação no sábado e largou apenas em 17º, ganhou boas posições graças a ultrapassagens e também por conta do incidente entre Kobayashi — punido com drive-through — e Button e o abandono de Rosberg. Senna pulou para 12º e lutava para ganhar a posição de Paul di Resta, embora estivesse bem pressionado pelo seu companheiro de Williams, Pastor Maldonado, que vinha logo atrás.

O carro de Rosberg só foi removido na nona volta. Daí por diante, as ultrapassagens no ponto mais propício para as manobras começaram a acontecer. O primeiro a perder posições foi justamente Senna, que vinha pressionado por Vergne e caiu para 13º. A outra Toro Rosso, de Daniel Ricciardo, também superou uma Williams, de Maldonado, e avançava na corrida.

Vettel também avançava e abria vantagem volta após volta na liderança da corrida. Impressionante como Webber, mesmo contando com o mesmo carro, não conseguia acompanhar o ritmo do alemão, que virava, em média, 0s3 mais rápido. Alonso vinha em terceiro, andando até mais rápido que o australiano. Hamilton era o quarto, mas foi ele quem abriu a primeira janela para troca de pneus na Coreia.

Na esteira do pit-stop do britânico, vieram Nico Hülkenberg, Grosjean, Michael Schumacher (bastante apagado na corrida), Vergne e Heikki Kovalainen para os boxes de Yeongam. Segundo colocado, Webber parou no giro seguinte, o 15º da prova, assim como Massa, Kimi Räikkönen, Ricciardo, Senna, Vitaly Petrov e Timo Glock. ‘Checo’ Pérez, por sua vez, foi um dos poucos que largou com pneus macios e, naturalmente, levaria mais tempo para fazer sua parada.

Em seguida, foi a vez de Vettel e Alonso fazerem suas paradas. O alemão voltou à pista em primeiro, sem problemas, enquanto Fernando retornou atrás de Webber e Pérez, mas à frente de Hamilton. Futuro piloto da McLaren, ‘Checo’ evitou o confronto com Lewis e foi facilmente ultrapassado pelo britânico, que foi pra cima de Alonso. O mexicano começou a perder terreno e foi batido também por Massa, caindo para sexto lugar na corrida. Outro que ainda não havia feito sua parada era Pastor Maldonado, oitavo após 17 voltas.

Enquanto Pérez lutava para seguir entre os dez primeiros da corrida, seu companheiro de Sauber, Kobayashi, abandonava a corrida, assim como Pedro de la Rosa. Em seguida, visto que não tinha bom ritmo de corrida com os pneus macios já bem desgastados, ‘Checo’ foi aos boxes para colocar pneus supermacios e prosseguir no GP da Coreia do Sul.

Vettel era soberano e via seus rivais cada vez mais longe. O destaque da corrida, então, era o duelo entre os dois pilotos mais arrojados — e polêmicos — da F1 em 2012: Maldonado e Grosjean, que lutavam pelo oitavo lugar. Depois de quase duas voltas de intensa batalha, incrivelmente não aconteceu nenhum incidente. Após uma disputa bastante limpa, Grosjean, com pneus macios, contou com o auxílio do DRS para superar Pastor, com compostos supermacios, no fim da grande reta.

Fazendo corrida muito boa em Yeongam, Massa vinha em ritmo muito melhor que o de Hamilton, então quarto colocado. Aproveitando o bom ritmo da Ferrari na corrida, Felipe se aproximou do britânico e fez a ultrapassagem no fim do retão sul-coreano, assumindo uma ótima quarta colocação, andando mais rápido até que Alonso.

Após cair para quinto, Hamilton ficou na alça de mira de Räikkönen. O que se viu nas voltas seguintes foi um épico duelo de campeões mundiais. Mesmo tendo Kimi um carro rendendo melhor, Lewis defendia sua posição de maneira soberba e sem cometer erros. Matreiro, o finlandês tentava induzir seu oponente ao erro, sem sucesso, diga-se. Nem mesmo contando com o DRS na grande reta de Yeongam, Räikkönen não conseguia passar o britânico.

Meio que sem querer, Lewis encerrou o incrível duelo ao ir para os boxes, com seus pneus bem desgastados, para abrir a segunda janela para troca de pneus na 26ª volta. Seu pit-stop levou um pouco mais de tempo, já que o mecânico da McLaren levou segundos a mais para retirar a pistola que prende o pneu dianteiro direito.

Folgado na frente, Vettel já abria 8s3 de frente para Webber. Alonso vinha em terceiro, 2s3 atrás do australiano, ligeiramente mais rápido que o bicampeão do mundo. O destaque da prova, que já havia passado da sua primeira metade, era Massa. Em ritmo bem mais rápido que o espanhol, Felipe vinha em um consistente quarto lugar, mas, obviamente, não representava uma ameaça à terceira colocação de Fernando, que ainda luta pelo tri-mundial.

Concluída a segunda janela para troca de pneus em Yeongam, Vettel liderava, mas com apenas 5s3 de vantagem para Webber, e Alonso vinha em terceiro, com Massa em quarto e Räikkönen fechando o rol dos cinco primeiros da corrida. Em corrida sofrível na Coreia do Sul, a McLaren tinha Hamilton apenas em sexto e praticamente dava adeus ao título do Mundial de Pilotos. Igualmente discreta, a Williams tinha só 14º e 15º lugares, com Maldonado e Senna, respectivamente.

Outro que decepcionava e indicava, mais uma vez, que já está mesmo na hora de parar, era Michael Schumacher. Se arrastando no pelotão intermediário, o heptacampeão foi superado com muita facilidade por Paul di Resta e era muito pressionado por Pérez.

Lá na frente, Massa seguia muito mais rápido que Alonso. Claro que o brasileiro não ultrapassaria seu companheiro de equipe, que estava em terceiro. Mas, para não haver dúvida, a Ferrari ordenou, via rádio, que Felipe tirasse o pé, pois “estava se aproximando muito” do bicampeão. Desde então, Massa começou a virar em ritmo um pouco inferior ao de Alonso.

Em uma corrida cheia de alternativas, uma disputa muito interessante, na volta 40, proporcionou a ultrapassagem mais espetacular da corrida. Hamilton e Grosjean duelavam pela sexta colocação, com o britânico à frente e Hülkenberg espiando, bem de perto. Romain forçou a ultrapassagem desde a grande reta de Yeongam, mas ‘espalhou’ no fim do trecho. Aproveitando que seus dois adversários à frente estavam mais lentos, Hülk, em manobra espetacular, superou ambos e ganhou a sexta colocação. Em seguida, Lewis foi para os boxes para fazer seu terceiro pit-stop.

Irreconhecível, Lewis não conseguia sequer lutar com os carros da Toro Rosso. Ricciardo e Vergne faziam ótima corrida na Coreia e vinham em oitavo e nono, respectivamente. Se os taurinos de Faenza vinham bem em Yeongam, melhor ainda estava a matriz Red Bull. Guiando de maneira perfeita, Vettel tinha vantagem tão confortável perante Webber que só passou a administrar a corrida, ditando um ritmo menos intenso, permanecendo assim até o fim, cruzando a linha de chegada como vencedor, pavimentando assim seu caminho rumo ao tri.

Webber, no papel de coadjuvante, roubou a cena, mas só no sábado. No fim das contas, o segundo lugar foi um bom resultado para o australiano. E, pelas circunstâncias todas, o terceiro posto, conquistado por Alonso, foi na base do ‘é o que tem para hoje’. Sem ter qualquer condição de chegar perto do ritmo das Red Bull, Fernando contou com a parceria de Massa, que mesmo tendo um carro mais rápido que o do espanhol, ficou na dele e, em nome da Ferrari, se segurou na quarta colocação. O que, definitivamente, não apaga sua boa corrida, bem como não esconde a performance até decepcionante do bicampeão do mundo, cada vez mais longe do seu terceiro título.

Hamilton, praticamente fora da luta pelo campeonato, terminou a corrida em um frustrante décimo lugar. No fim da corrida, o piloto da McLaren, ao passar fora do traçado, acabou levando o azar de ter um pedaço de grama sintética — geralmente instalada nas saídas das curvas, na parte de fora da pista — e seguiu assim até cruzar a linha de chegada. Mesmo recebendo a intensa pressão de Pérez, o britânico conseguiu terminar em décimo, somando um mísero ponto e fechando o GP da Coreia do Sul atrás da Force India de Hülkenberg e das Toro Rosso de Vergne, que passou Ricciardo nas últimas voltas da corrida.

Fonte: msn