Nos últimos dias a Secretaria de Saúde do Estado do Piauí (SESAPI) vem se envolvendo em vários episódios, no mínimo suspeitos.
No dia 23 de outubro passado foi divulgada na imprensa a informação de que o Tribunal de Contas da União (TCU) teria encontrado inúmeras irregularidades em contratos da SESAPI, entre 2002 e o primeiro semestre de 2011. O TCU cobrava a devolução de R$ 258,5 milhões em recursos públicos que teriam sido “mal utilizados” pela secretaria.
Na ocasião o procurador Marinus Marsico, responsável por acompanhar a execução das dívidas no TCU, revelou que quase todos os casos são indefensáveis, e as dívidas são mesmo executadas. “No que se refere ao TCU, os recolhimentos estão crescendo exponencialmente. Se alguém pensa que pode fraudar convênios e vai ficar por isso mesmo, está enganado. A situação está mudando. Não existe mais aquela história de falta de vontade política para punir. É pequeno o número de pessoas que consegue escapar” (de condenação no TCU), avalia o procurador.
Pra surpresa de todos, na noite do dia seguinte às denuncias (24\10) a sede da SESAPI ardeu, misteriosamente, em chamas, queimando toda documentação que poderia esclarecer os convênios que estavam sob suspeita na apuração do TCU. Com isso foi dado novo prazo para SESAPI justificar as irregularidades nos convênios e possível desvio dos R$ 258,5 milhões em recursos públicos constatados pelo TCU.
No mais recente episódio envolvendo a SESAPI, policiais da Delegacia de Combate aos Crimes de Ordem Tributária (Deccoterc), da Polícia Civil do Piauí e o Núcleo de Inteligência da Secretaria de Fazenda estouraram, na manhã desta quinta-feira (10 de novembro de 2011), um depósito na Rua Piripiri, no Bairro Pio XII, na Zona Sul de Teresina-PI, contendo medicamentos da Secretaria Estadual de Saúde do Piauí. O levantamento inicial indica que o desvio pode chegar a um total de R$ 3 milhões em medicamentos.
Segundo o delegado Roberto Carlos, titular da Deccoterc, aquela especializada e o Núcleo de Inteligência da Secretaria de Fazenda investigavam o desvio de remédios da SESAPI há 90 dias. “Estamos aqui para recolher o material e investigar todos os envolvidos. A nossa certeza é que essa mercadoria de uso restrito foi desviada com a conivência de funcionários da Secretaria de Saúde do Estado. Já temos nomes, mas não podemos revelar para não atrapalhar as investigações”, explica o delegado.
O depósito usado pela ‘suposta quadrilha’ pertence à empresa Dimensão Distribuidora que distribui material para o hospital Justino Luz (Picos), Natan Portela (antigo HDIC), Maternidade Evangelina Rosa, HGV, Hospital Dirceu Arcoverde e Hospital Infantil Lucídio Portela. A empresa declarou à imprensa que não sabia que os remédios eram desviados
VEJA OS PAGAMENTOS DA SESAPI À DIMENSÃO DISTRIBUIDORA:
Enquanto isso, o povo sofre nas filas e corredores da saúde pública do Piauí sem nem ao menos saber quem foram os últimos secretários de saúde deste estado.
Da Redação