As duas correntes (literalmente) políticas tradicionais da cidade de José de Freitas desdenham (desfazem) da inteligência do povo, e usam cidadãos de bem como soldados defensores de uma forma de fazer política e de administrar o bem público totalmente ultrapassados.
Do outro lado, outro velho conhecido de administrações passadas voltou à bancada de prefeito. Mais um que se utiliza de cidadãos naturais dessa cidade, pessoas que até antes do algoz tinham história e prestígio próprios, mas que foram tragados pelo sistema, e passaram a ser soldados de um político totalmente decadente e com práticas político-administrativas espúrias que causam total desrespeito aos cidadãos da comunidade. Este, assim como seu adversário, aliena pessoas de bem com um emprego temporário ou até com um afago ou um abraço, deixando-as cegas, sem perceberem que defendem um político de práticas totalmente prejudiciais à comunidade. A este, cabe uma forma de administrar em que busca “ajeitar” os amigos com licitações que deixam claras as más intenções do administrador com os recursos públicos. Aproveita-se de brechas na lei e da incapacidade (ou falta de vontade mesmo) dos representantes do poder legislativo no município (vereadores), tripudia da inteligência dos cidadãos e usa o executivo como uma empresa privada. Recentemente foi condenado, pelo TCU a devolver R$ 12 milhões ao erário público por malversação de recursos do fundef, em seu primeiro mandato.
Enquanto isso, surge uma terceira opção política na cidade, composta por cidadãos da comunidade e politicamente livres, feita por pessoas que têm consciência de que é parte do povo e jamais estarão em posição superior. Com uma nova ideologia de fazer política, em que valoriza as pessoas em detrimento do “coronel” mandatário, onde as decisões e ações são tomadas através de discussões e deliberações da maioria, ao invés de ordens do “Dono do grupo” como até hoje tem acontecido na cidade. Uma ideologia que prima pela honestidade, pelo respeito, pelo compromisso, pela lealdade e, sobretudo, pela confiança – entre políticos e cidadãos.
Contudo, as pessoas estranham essa forma de fazer política por essas bandas, e surge, lá do íntimo de suas almas, a forma como foram educados, que lhes preparou para servirem, que lhes deixou com um pouco de baixa auto-estima, o que lhes causa dificuldades em aceitar que um cidadão comum, do seu próprio meio, possa ser mais preparado que os “donos do poder” que dominaram a comunidade até hoje.
Nada há de se estranhar nessa dificuldade do povo em acreditar que será melhor quando passarem a ser geridos pelos cidadãos do seu próprio meio, afinal todos cresceram vendo essa política que aí está, onde quem tem dominado a política são os piores cidadãos da comunidade, e eles mesmos disseminam a ideia de que política é para vagabundos, ladrões, e que nenhum político presta. Isso é estratégia para manter os cidadãos de bem longe dela (política), porque a partir do momento em que os bons entrarem, os tradicionais e corruptos perderão espaço e serão dizimados do cenário político. Ah…Então, tá explicado porque eles não investem em formação continuada, nem dos professores, imaginem dos estudantes, eles têm interesse numa educação pública ruim, é questão de sobrevivência.
Mas, está decretado: todo poder pertence ao povo, e só ele poderá mudar essa realidade, desde que caia a venda que tapa-lhe os olhos e o impede de enxergar que é muito poderoso, e que o sistema político-administrativo é feito para ser gerido pelos melhores cidadãos de sua comunidade, através de sua escolha, e que tem sido usado e amordaçado pelo capital (dinheiro) que a tudo compra… até a consciência das pessoas.
… Mas não compra e nem rouba-lhes a inteligência!
Por Edgar Gonçalves Saraiva – Graduado em História (UESPI) e Policial Civil/PI.