A Associação do Corpo de Bombeiros Militares do Piauí entrou, nesta terça-feira, com uma representação no Ministério Público do Estado do Piauí e na Fazenda Pública contestando o laudo emitido pelo comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Manuel Santos. O oficial liberou o Estádio Albertão para o jogo entre Flamengo-PI e Santos no dia 10 de abril, às 22h, pela primeira fase da Copa do Brasil, mas, de acordo com a associação, o laudo diverge do que foi apresentado pela Comissão Técnica do Corpo de Bombeiros, órgão competente para vistoriar e dar o aval.
Na ata da reunião, a comissão deu parecer unânime pelo indeferimento da concessão do laudo do Atestado de Regularidade Provisório. Em outras palavras, o Albertão não teria condições de receber o confronto da Copa do Brasil ou outros eventos de grande porte porque não atende aos requisitos de segurança exigidos pelo Corpo de Bombeiros.
– Essa comissão, que é a que tem competência para emitir o laudo, indeferiu o pedido. O comandante ignorou, avocou para si a responsabilidade e emitiu o atestado – denuncia o relações públicas da Associação do Corpo de Bombeiros Militares do Piauí, capitão Anderson.
No laudo, além de negar o pedido de liberação do Estádio Albertão, a comissão apresenta quatro justificativas para a não concessão.
“O projeto foi apresentado neste Corpo de Bombeiro Militar na presente data, dia 25/03/2013, para fins de análise. A) A análise superficial realizada detectou pendências impeditivas da sua aprovação. B) Ausência de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) dos responsáveis técnicos, engenheiros José Ribamar de Brito Silva e Walterwilson Carvalho Leito e pelo arquiteto José Bezerra Batista Júnior, definindo as correspondentes responsabilidades técnicas. C) Incompatibilidade entre o cronograma de execução, o orçamento geral apresentado e a data de realização do jogo, sem garantia de condições mínimas de segurança contra incêndio e pânico. D) Laudo de vistoria divergente do cronograma de execução apresentado – justifica a comissão”.
Estádio oferece riscos
De acordo com o relações públicas da Associação do Corpo de Bombeiros Militares do Piauí, Capitão Anderson, não há tempo para que sejam feitas as alterações necessárias para adequar o Albertão às condições de segurança contra incêndio e pânico.
– Há um risco contra a integridade física das pessoas que estarão lá. Se houver situação de pânico, fica prejudicada a evacuação. Essas situações podem ser um tumulto, a queda de um raio ou incêndio. Sem ter o sistema preventivo, pode ocorrer uma tragédia semelhante à de outras que foram relatadas pela nossa história – afirma o Capitão Anderson.
Na semana passada, a Fundação de Esportes do Piauí (Fundespi), responsável pelo local, iniciou os primeiros reparos no estádio. As saídas de emergência estão sendo sinalizadas; lâmpadas de emergência, reparadas; e extintores de incêndio, recarregados.
Procurado pela reportagem, o presidente do órgão, Marcos Aurélio Sampaio, garantiu que estão sendo feitas as reformas, mas que se pronuncia somente quando elas forem concluídas. O Comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Manuel Santos, não foi encontrado para esclarecer a denúncia.
Pedido de vistoria foi feito em setembro
Um dos pontos alegados pela Comissão Técnica do Corpo de Bombeiros para justificar o indeferimento do laudo de segurança do Albertão é “a incompatibilidade entre o cronograma de execução, o orçamento geral apresentado e a data de realização do jogo”. O pedido para que a praça fosse adequada foi feito pela Federação de Futebol do Piauí (FFP) à Fundespi há quase seis meses.
– O laudo do Corpo de Bombeiros estava vencido desde agosto de 2012. Sabendo da Copa do Brasil, solicitamos à Fundespi que tomasse as providências em setembro, outubro, dezembro e março para que pudéssemos ter esse jogo em Teresina – revelou o presidente da FFP, Cesarino Oliveira.
Fonte: G1