O Ministério da Saúde divulgou na última segunda (18) que o tabagismo está em declínio no país. De 2006 a 2010, a proporção de fumantes caiu de 16,2% para 15,1%. Houve uma redução de mais da metade dos fumantes nos últimos 22 anos, uma vez que 34% dos brasileiros fumavam em 1989.
Os dados da pesquisa do Ministério também revelam uma diminuição mais expressiva entre os homens, que caiu de 20,2% para 17,9%. Já as mulheres mantiveram-se estáveis em 12,7%. Além disso, pessoas com menor escolaridade fumam mais (18,6%) em relação às pessoas mais escolarizadas (10,2%).
Apesar dessa redução, os perigos do cigarro ainda são uma ameaça, tanto para fumantes quanto para pessoas que apenas convivem com a fumaça. O fumo passivo é um grande problema. Por ano, 2.655 fumantes passivos morrem das três principais doenças relacionadas ao fumo: infarto, derrame e câncer de pulmão, gerando um gasto público de pelo menos R$ 37 milhões, de acordo com um estudo realizado pela UFRJ. Para se ter uma ideia, o pneumologista da Unifesp, Fernando Sérgio Studard, explica que permanecer em um bar onde há pessoas fumando equivale a fumar quatro cigarros para quem não fuma.
O fumo é o principal causador de muitas doenças pulmonares, inclusive o câncer de pulmão, e está associado ainda a outros tipos de tumor e doenças cardiovasculares. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco mata mais que a soma de mortes por AIDS, cocaína, heroína, álcool, suicídio e acidentes de trânsito. Saiba mais:
Cigarro piora problemas na visão
A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) se constitui, hoje, na principal causa de cegueira legal no mundo ocidental, em faixas etárias superiores a 50 anos. Na medida em que aumenta a expectativa de vida das pessoas, aumenta também a incidência da DMRI no contexto da população geral. Um importante estudo epidemiológico – Framinghan Eye Study – mostrou que 5,7% dos pacientes examinados, com idade superior a 52 anos, apresentavam diagnóstico de DMRI e que a manifestação dessa doença aumentava significativamente com o avançar da idade, observando uma prevalência de 28% em indivíduos com mais de 75 anos.
Diversos fatores podem ser associados ou creditados como favorecedores ao aparecimento da degeneração macular. Assim, pessoas de pele clara e com olhos azuis ou verdes, exposição excessiva à luz solar, tabagismo, dieta rica em gorduras são fatores comprovadamente relacionados à maior incidência de degeneração macular relacionada à idade. A DMRI consiste, de um modo geral, no envelhecimento do fundus ocular, onde a retina perde gradualmente a capacidade de metabolizar e eliminar suas excretas, deixando que elas se acumulem sob a retina na forma de corpúsculos amarelados, chamados drusas.
Em 90% dos pacientes acometidos é observada a forma denominada de DMRI seca ou não-exsudativa, caracterizada, pela observação das drusas. Nos 10% restantes encontramos a forma exsudativa da doença, caracterizada pela observação de drusas além do desenvolvimento de vasos sangüíneos anormais sob a retina – Membrana Neovascular Subretiniana. É a forma exsudativa a principal responsável pela devastadora perda visual central referida à degeneração macular. Por ser um importante problema de saúde pública, a Oftalmologia tem se debruçado sobre o problema, na tentativa de evitar o aparecimento, conter o avanço e proporcionar a cura da doença.
Oftalmopatia de Graves
A oftalmopatia de Graves é uma doença auto-imune crônica que afeta os tecidos retrobulbares (músculos extra-oculares e tecidos conectivos orbitais) e tem relação com doenças autoimunes da tiróide.
Muitos estudiosos preferem designá-la de oftalmopatia associada à tiróide. Isso porque a maioria desses casos está associada ao hipertiroidismo decorrente de um bócio difuso tóxico (90%), levando a um quadro de sudorese, emagrecimento, taquicardia, entre outros. Existem, entretanto, casos de oftalmopatia associados ao hipotiroidismo (3%) ou mesmo aparecimento em pacientes em eutiroidismo (7%). As mulheres são afetadas com uma freqüência oito vezes maior que os homens, geralmente entre 20 e 40 anos de idade. Existe também uma nítida relação do tabagismo com o aparecimento da oftalmopatia de Graves e com o grau de severidade da doença.
Os sintomas e sinais da doença são diversos e observamos freqüentemente retração palpebral, lagoftalmo, edema palpebral, sintomas de lacrimejamento, fotofobia, sensação de corpo estranho, proptose axial e, por vezes, disfunção da motilidade ocular. O envolvimento orbitário pode ser uni ou bilateral e pode ser simétrico ou não.
A severidade da doença também varia. Nos graus mais leves, o paciente se queixa de retração e edema palpebral, lacrimejamento, fotofobia, sensação de corpo estranho e desconforto retrobulbar, enquanto nos graus mais severos da doença, que são apenas 5% dos casos de oftalmopatia, há perda da função visual com baixa da acuidade visual, envolvimento da musculatura ocular extrínseca e proptose com exposição corneana.
Na fase inflamatória da doença predominam os sintomas e os sinais flogísticos como a dor, a hiperemia conjuntival e palpebral, além do edema palpebral e quemose da conjuntiva. Nessa situação devemos aplicar todos os esforços a fim de diminuir a inflamação sobre os tecidos orbitários e com isso minimizar as seqüelas, com a administração de anti-inflamatórios.
O tratamento da fase não-inflamatória é mais difícil, já que o uso de anti-inflamatórios provoca pouca ou nenhuma melhora sobre o quadro orbitário. A descompressão orbitária está indicada nos casos de neuropatia óptica compressiva, nos glaucomas refratários ao tratamento clínico e em casos de exposição corneana. (Virgilio Centurion é oftalmologista, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares)
Tabagismo provoca envelhecimento precoce da pele
Todos os anos, cerca de cinco milhões de pessoas morrem no mundo por doenças decorrentes do tabagismo – 200 mil delas no Brasil. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a segunda maior causa de mortes de fumantes ativos e a terceira de fumantes passivos.
29 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Fumo, sabemos há muito tempo as implicações que o tabagismo pode causar na saúde do ser humano. Há comprovação científica de que os elementos decorrentes do tabagismo que penetram no organismo, como o alcatrão e a nicotina, entre outros, estão associados a várias doenças (mais de 50, segundo a OMS). O tabagismo traz também implicações para os pacientes que passam por cirurgias plásticas.
O fumo está associado ao envelhecimento precoce, com perda do turgor (intumescimento), do brilho e da elasticidade da pele. Em geral, ocorre o aparecimento precoce das rugas, e isso deixa a pele com um aspecto pardo ou amarelado. Outra característica que os fumantes normalmente expõem na face são as populares manchas.
Existem alguns estudos feitos com gêmeos, em que somente um tem o hábito de fumar, que demonstram que aquele que fuma pode aparecer até oito anos mais velho que o irmão. Alguns trabalhos americanos apontam que cada dez anos de uso de cigarros correspondem a dois anos e meio a mais de envelhecimento. Então, após 30 anos fumando, o paciente pode parecer em torno de oito anos mais velho, quando comparado a pessoas que não fumaram.
O mecanismo que conduz ao envelhecimento precoce está associado à vasoconstrição periférica, isto é, à diminuição do fluxo sanguíneo na pele. Isso significa menor oferta de nutrientes e de oxigênio, o que constitui um envelhecimento prematuro com diminuição da produção de colágeno. Como se já não bastasse, há um aumento do consumo do colágeno e da elastina, elementos que proporcionam brilho, tônus e elasticidade à pele.
O hábito de fumar leva também ao aparecimento de rugas ao redor da boca. Primeiro, pelo consumo de elementos estruturais da pele e, segundo, pela contração de músculos ao redor dos lábios, levando ao surgimento de sulcos e à diminuição dos lábios. Como os músculos da face são interligados, juntamente com o aparecimento de rugas por toda a face, é muito comum o surgimento das bolsas malares.
Uma grande preocupação na cirurgia plástica diz respeito à cicatrização. O hábito de fumar leva ao aumento da produção de radicais livres, desencadeando uma reação de oxidação -o que é uma das teorias do envelhecimento.
Além da produção de radicais livres, cada cigarro leva a um período de vasoconstrição ou de diminuição do aporte de sangue, oxigênio e nutrientes na região da pele, durante 45 minutos. Com isso, dependendo da quantidade de cigarros que o paciente vai consumir, podemos ter um período muito longo sem nutrientes essenciais no processo de cicatrização pós-cirúrgica.
Nos casos em que se realizam cirurgias com amplos descolamentos, a tendência é de haver um risco maior de comprometimento do processo de cicatrização. Isso pode levar ao surgimento de necroses teciduais, afastamentos das partes costuradas e de coleções líquidas, entre outras complicações.
Em cirurgias plásticas realizadas com pessoas que têm o hábito de fumar, faz-se necessário adequar técnicas menos agressivas, com descolamentos teciduais menores, para proteger os pacientes de possíveis complicações.
É interessante também indicar o uso de antioxidantes – sendo o mais conhecido a vitamina C -, previamente. Em altas doses, os antioxidantes podem funcionar como um cofator positivo na cicatrização, diminuindo os efeitos negativos da nicotina, já que ela é considerada um cofator negativo para a cicatrização.
Ainda é importante frisar que, em algumas situações, a cirurgia deve ser contraindicada, até que o paciente interrompa o hábito de fumar. É o caso, por exemplo, de cirurgias em que se faz necessário o uso de microcirurgias, ou de transferências de “retalhos”, quando são feitas reconstruções de determinadas áreas. Os riscos de insucesso são muito grandes se o paciente não interromper completamente o hábito de fumar.
Em termos de cirurgia plástica, o hábito de fumar, associado à exposição solar sem proteção, constitui um fator externo que agrava, e muito, o processo de envelhecimento natural.
Sempre que pensar em realizar um procedimento de cirurgia plástica, o interessado deve consultar um especialista membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Na condição de médico, ele estará apto, inclusive, a dar as devidas orientações para quem é fumante.
Ao final, as principais conclusões mostram que a exposição ao ETS leva a um forte aumento da onda central de reflexão e a um decréscimo da dilatação microvascular da pele; esse aumento está relacionado aos níveis de nicotina apresentados durante a exposição à fumaça de cigarro e que persiste mesmo 20 minutos após a o termino da sessão. Várias funções do sistema vascular arterial também são afetadas pela fumaça do cigarro, e alterações hemodinâmicas provocadas pela ETS são resultado de um mecanismo tóxico da nicotina agindo sobre a árvore vascular. O estudo sugere que a toxicidade do ETS é nitidamente subestimada e considerada apenas quando existe a exposição direta ao cigarro. Os estudiosos analisam ainda as reações do organismo ao cigarro sem tabaco, considerando os efeitos do fumo com e sem a nicotina.
Fonte: msn