Tráfico Humano é tema da Campanha da Fraternidade 2014

A quarta-feira de cinzas marca o início da quaresma e também da campanha da fraternidade. Este ano, o tema é o tráfico humano.

O cardeal Dom Raimundo Damasceno, presidente da CNBB, apresentou a campanha da fraternidade desse ano em uma missa solene na Basílica de Aparecida, no interior de São Paulo.

O vídeo divulgado pela igreja alerta para crimes como o trabalho escravo, a exploração sexual, o tráfico de crianças e a venda de órgãos. Atualmente, de acordo com a ONU, 2,5 milhões e meio de pessoas no mundo são vítimas do tráfico humano.

CF 2014

O Papa Francisco enviou uma mensagem para os bispos da CNBB e para todos os fiéis do Brasil. O pontífice afirmou que não é possível ficar impassível sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria.

O tema da campanha da fraternidade será debatido até o fim do ano nas paróquias. A Igreja Católica quer conscientizar os fiéis e fazer com que denúncias cheguem às autoridades.

“Tenham a coragem de denunciar quando perceberem alguma violação dos direitos humanos em relação ao tráfico de pessoas e, sobretudo, que procurem também criar iniciativas, que possam esse crime horrível universal e que fere de um modo muito violento a dignidade da pessoa humana”, declarou Dom Raymundo Damasceno, presidente da CNBB.

Dignidade humana

Para a secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), pastora Romi Márcia Bencke, é necessário debater a temática do tráfico humano de forma aberta e coerente. “A Campanha da Fraternidade nos coloca um grande desafio de falar honestamente das hierarquias econômicas, sociais e culturais, que acabam legitimando esse tipo de exploração humana”, apontou a pastora.

O representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcello Laverene Machado, destacou que a OAB reconhece a CNBB como uma parceira de lutas em defesa da dignidade humana. “A Campanha da Fraternidade vai chamar a atenção para essa grande chaga que é a opressão, o abandono, em uma sociedade estruturada sob bases injustas, visando apenas o consumismo e o capitalismo. Que cada brasileiro nesta campanha, lute pelo desaparecimento do tráfico humano”, concluiu.

Da Redação                              Fonte e imagens: CNBB