Piauí: governo não negocia com trabalhadores e estado está ameaçado de parar

REVISTA

Depois da policia civil, que já se encontra em greve desde o dia 15 de abril passado, agora foi a vez dos professores da Uespi deflagrarem greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada após assembleia geral da categoria realizada na última segunda-feira (09\05\11). A greve deve iniciar nesta quinta-feira (12\05\11), após as 72 horas exigidas por lei, período em que deve ser comunicada ao Reitor da instituição e ao governo do Estado. Segundo a direção do sindicato da categoria, desde o mês de março os professores estão mobilizados, lutando por suas reivindicações, chegaram a cruzar os braços por quase duas semanas, depois realizaram paralizações em dias alternados, ainda chegaram a ter reuniões com o secretário de administração, Paulo Ivan. No entanto, nunca lhes apresentaram nenhuma proposta, o que não lhes deixou outra opção, se não a greve.

Em suas reivindicações os docentes pedem melhoria estrutural para os 52 campi da Uespi, realização de concurso público para contratação de professores efetivos e técnicos administrativos, pagamento dos estudantes que estão com suas bolsas atrasadas. Além disso, a categoria reivindica o salário mínimo da DIEESE, que é de R$ 2,2 mil como piso salarial para o professor auxiliar de 20h. Atualmente o piso é de R$ 1.000 (convenhamos, um professor de ensino superior ganhando 1.000 R$, é brincadeira!).

Já os policiais civis decidiram, em assembleia realizada na praça da liberdade, próximo ao palácio do governo, na terça-feira, 10\05\11, permanecer em greve, que já dura quase um mês. De início o governo apresentou uma proposta de dividir os 24%, ganhos pelos policiais em dissídio coletivo, assinado pelo governo e a categoria em fevereiro de 2010, perante o Ministério Público, a OAB e o Ministério do Trabalho, que intermediaram a negociação, até novembro de 2012. No entanto a categoria não aceitou alegando que essa luta já dura um ano e meio e se passar mais dois anos esse reajuste ficaria totalmente defasado. Agora o governo alega que não negocia com grevista e diz que só negociará após o término da greve. Já os policiais prometem não encerrar a greve enquanto não for oferecida uma proposta.

Também, na saúde, os servidores não médicos dos hospitais estaduais iniciaram ontem, greve por tempo indeterminado. De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde Pública do Piauí, Elizabete Duarte a categoria decidiu fazer a greve, porque o Governo não quis negociar o reajuste que os servidores estão reivindicando desde o ano passado.

Outra categoria que promete protestar por melhorias salariais (pois pelo seu regulamento, e de acordo com a constituição, não podem entrar em greve), são os policiais militares. A categoria promete permanecer nos quartéis, sem atender ocorrências, a partir de junho. Entretanto, esperam a promessa de melhoria salarial sem a necessidade do movimento.

OPINIÃO

Toda e qualquer empresa requer um planejamento minucioso e cuidadoso. Seus funcionários devem ser tratados como colaboradores e sentir-se satisfeitos na função que desempenham. É triste (mas, infelizmente comum) chegarmos em toda data base das classes com tantas em greve, sem que os governantes tenham se planejado para não deixar o Estado parar. O filho do pobre sonha com o dia em que seu filho vai entrar na Uespi  e, no entanto, quando ele chega lá acha um quadro de professores desestimulados e desassistidos, uma instituição sem estrutura, funcionando pela boa vontade dos professores e dos alunos que sonham com uma vida melhor e livre das amarras do Estado.

Da Redação