Maternidade Evangelina Rosa não tem vagas para partos

leitos da maternidade foto: google

“Minha irmã demorou três horas para ser atendida aqui”. Essa é a declaração de Cláudia de Sousa Araújo que está acompanhando a irmã que já chegou à maternidade Evangelina Rosa em trabalho de parto e teve que esperar uma vaga no centro cirúrgico.

“Claudenice chegou aqui ontem às 6 horas e ficou até 9 horas esperando por uma vaga. Mesmo com a bolsa estourada e sentindo fortes dores desde a madrugada. É horrível essa situação, a grávida deve chegar aqui e já ter uma vaga no centro cirúrgico e um leito disponível. As dores que elas sentem são insuportáveis, não dá pra esperar tanto tempo” disse.

Cláudia diz ainda que desde ontem não vê sua irmã, que está sozinha na enfermaria do hospital. Ela conta que só está recebendo noticiais através dos enfermeiros, mesmo a grávida tendo direito à acompanhante após o parto.

“Minha irmã está lá sem nada, sem roupa pra ela e pro bebê, até sem chinelo. Dormi a noite toda nessa recepção e já são 10 horas e não pude entrar ainda. Hoje não recebi nenhuma notícia. Ontem disseram que ela estava bem, só isso” disse Cláudia.

Francisca Sousa perdeu o bebê Foto: acessepiaui

Já dona Francisca de Sousa, que deu entrada quarta-feira na maternidade sentindo dores e a bolsa já havia estourado, sintomas claros de uma mulher em trabalho de parto, conta que após os primeiros exames foi constatado que o bebê tinha falecido e o parto teria que ser feito imediatamente. Como a gestante estava com a pressão alta, o procedimento deveria ser a cesariana. Francisca esperou mais de duas horas para ser levada para o centro cirúrgico e foi submetida ao parto normal.

“Minha pressão estava altíssima, 22 por 16, e não poderia ser submetida a um parto normal nessas condições. Fui muito humilhada nesta maternidade, pelos médicos e enfermeiros que me atenderam primeiro. Fiquei esperando 30 minutos na sala de cirurgia e 30 minutos numa maca no corredor. Fizeram parto normal e fui parar na UTI. Minha pressão foi controlada só ontem. Além de tudo que passei aqui, ainda vou sofrer com a morte do meu filho”, disse Francisca com lágrimas nos olhos.

Fonte: acesse piauí