Homenagem aos 70 anos do Rei Roberto Carlos

Na terça-feira (19), Roberto Carlos completa 70 anos. Relembre os principais momentos da vida pessoal e da carreira do Rei.

Roberto Carlos

A vida, os amores e os filhos

 

Zunga

Zunga

Roberto Carlos Braga nasceu em 19 de abril de 1941, às 5h, pesando 2,25 quilos e medindo 42 centímetros. O parto foi na casa da família, na Praça Dr. Luiz Tinoco, 33, em Cachoeiro de Itapemirim (ES). O caçula do relojoeiro Robertino Braga e da costureira Laura Moreira Braga foi apelidado de Zunga e tinha três irmãos: Lauro, Norma e Carlos Alberto. Na infância, Roberto passava horas ouvindo rádio.

 

Ficha do Conservatório

Primeiros acordes

Ainda menino, Roberto começou a estudar piano no Conservatório de Música de Cachoeiro de Itapemirim. Na época, também começou a ter aulas de violão, depois de aprender os primeiros acordes com a mãe, Laura. Foi ela também quem deu o primeiro violão para o filho. Aos 9 anos, Roberto fez as primeiras apresentações como cantor na rádio ZYL-9, de Cachoeiro de Itapemirim, no programa matinal infantil de Jair Teixeira. A estreia foi com o bolero Amor y Más Amor, sucesso de Fernando Borel.

Roberto e a mãe Lady Laura

Amor de mãe

Uma das figuras mais importantes na vida de Roberto Carlos foi sua mãe, Laura. Ela foi fundamental na infância do filho, especialmente depois que ele perdeu parte da perna direita, aos 6 anos, no dia da festa de São Pedro, padroeiro da cidade, atropelado por uma locomotiva a vapor. Ele usou muletas até os 15 anos. Depois disso, colocou sua primeira prótese. Na música O Divã, Roberto conta um pouco do trauma: “Me lembro bem da festa, o apito, e na multidão um grito, o sangue no linho branco, a paz de quem carregava nos seus braços quem chorava”. Na pré-adolescência, Laura não só incentivava o filho a seguir o caminho da música como o arrumava com roupas feitas por ela mesma para as apresentações nas rádios e festinhas. Nos anos 70, ela ficou eternizada nos versos de Lady Laura, composição de Roberto e Erasmo Carlos: “Tenho às vezes vontade de ser novamente um menino/E na hora do meu desespero gritar por você”. Ela morreu em 17 de abril do ano passado, aos 96 anos.

Roberto, a primeira esposa Nice e os filhos Ana Paula e Dudu

Nice Rossi

Cleonice Rossi, a Nice, foi a primeira mulher de Roberto. Os dois, que ficaram casados por dez anos, oficializaram a união em 1968, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, já que ela era desquitada e a lei do Brasil ainda não permitia o segundo casamento. A união foi um escândalo. Ela já era mãe de Ana Paula, que Roberto assumiu como filha. Depois, viria Roberto Carlos Segundo, o Segundinho ou Dudu Braga, nascido em 1969 e que aparece na foto acima com os pais e a irmã Ana Paula. Luciana Braga, a caçula, nasceu em 1971. Rafael Carlos Torres Braga, que nasceu em 1965, completou a família ao ser assumido como filho por Roberto em 1991. Ele é fruto de um relacionamento do cantor com Maria Lucila Torres, uma fã mineira. Os dois tiveram um rápido romance em dezembro de 1964, quando Roberto foi a Belo Horizonte fazer um show e ficou hospedado no mesmo hotel de Maria Lucila.

Roberto e Myrian Rios

Myrian Rios

Roberto conheceu Myrian Rios em 1979, num voo da ponte aérea Rio-São Paulo. Pouco tempo depois, ela foi acordada por um telefonema do Rei, propondo um encontro. Ela achou que era um trote, até ser convencida, pela famosa gargalhada, de que era ele mesmo do outro lado da linha. Rapidamente, os dois passaram a namorar e foram morar juntos. O relacionamento durou 11 anos. Em 1985, Roberto escreveu a música A Atriz. Na letra, fala do ciúme que sentia ao ver Myrian contracenando com o ator Paulo Castelli na primeira versão de Ti-ti-ti.

Roberto e Maria Rita

Maria Rita

Roberto Carlos foi apresentado a Maria Rita Simões em 1977 pela filha Ana Paula. Na época, as duas estudavam no Colégio Dante Alighieri, em São Paulo, e ela tinha 16 anos. Eles se reencontraram anos mais tarde e foram morar juntos no apartamento dele, na Urca, no Rio de Janeiro, em 1992. Oficializaram a união em 1996. Em 1998, foi diagnosticado um câncer raro na região pélvica de Maria Rita, que morreu um ano depois. Roberto ficou recluso durante 11 meses. Voltou a se apresentar no Recife, em um show marcado por crises de choro e emoção. Roberto fez para ela músicas como Amor Sem Limite e todo um disco, Pra Sempre, de 2003.

A CARREIRA

Roberto no Programa de Carlos Imperial - anos 50

O início

Com a mudança para o Rio de Janeiro, ao lado da família, nos anos 50, Roberto trabalhou como datilógrafo do Ministério da Fazenda até começar a cantar com os Sputnicks, sua primeira banda, que tinha Tim Maia, Erasmo Carlos e Jorge Ben na formação original. A banda, que não durou muito, apresentou-se no programa Clube do Rock, de Carlos Imperial (foto), na TV Tupi Rio. Em carreira solo, Roberto gravou um compacto no final da década de 50, abrindo caminho para lançar seu primeiro LP, Louco por Você, o único disco da carreira do cantor que nunca foi relançado em CD. Raridade, o vinil hoje é vendido por um preço alto, chegando a custar até 8 mil reais em sebos especializados.

Roberto, Erasmo e Wanderléa - anos 60

É uma brasa, mora

Ao lado do parceiro Erasmo Carlos e de Wanderléa, Roberto Carlos estreia o programa Jovem Guarda, em 1965, na TV Record. Eles viraram ídolos juvenis e lançavam moda. Vendiam bonecos e roupas e influenciavam até nas gírias, como o popular bordão “É uma brasa, mora”. Em 1968, Roberto ganhou o Festival de San Remo, na Itália, com Canzone per Te. Logo depois, chegaria ao fim o programa Jovem Guarda.

 

Roberto Hippie - anos 70

O romantismo do rei

Com um estilo mais próximo ao dos hippies, com direito a camisas coladas e calças boca de sino, Roberto tornou-se um cantor romântico. São dessa época canções marcantes como Detalhes, Os Seus Botões, Cavalgada e Café da Manhã. Em 1978, estreou um de seus shows mais marcantes. Sem título, a apresentação ficou conhecida como “o show do palhaço”, já que o cantor, de costas para o público, se transformava: colocava peruca, nariz e maquiagem de palhaço para interpretar a canção O Show Já Terminou.

Roberto, Sinatra e Rios

Sucesso internacional

O sucesso internacional de Roberto Carlos, com direito a músicas regravadas por artistas internacionais e turnês no exterior, firmou-se nos anos 80. Em 1981, o lendário cantor americano Frank Sinatra fez questão de conhecer Roberto. Quando enfim se encontraram, em São Paulo, Sinatra deu um beijo no rosto de Roberto, que estava com a então mulher Myrian Rios. “Sempre quis conhecê-lo”, disse o americano. “Pois saiba que sempre fui seu fã”, disse Roberto.

Roberto e o Papa João Paulo II no Brasil em 1997

Religiosidade

Nos anos 90, Roberto faz mais músicas ligadas à espiritualidade e à religiosidade. São da época canções como Nossa Senhora e O Terço. Ao lado da mulher, Maria Rita, o cantor cumprimentou o papa João Paulo II durante sua visita ao Brasil, em 1997. No encontro, cantou para ele a música Nossa Senhora. Na época, aumentaram as notícias sobre as manias e superstições do cantor, que deixou de falar palavras como “mal”, “morrer” ou “inferno”. Ele também não usa a cor marrom de jeito nenhum.

Roberto no show 'Elas Cantam Roberto' - anos 2000

Celebração

A década de 2000 foi marcada pela revelação de Roberto Carlos de que suas superstições se transformaram em doença. Em 2004, ele contou sofrer de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), doença psiquiátrica que pode se manifestar na forma de manias inexplicáveis. A partir de 2009, fez uma turnê e recebeu uma série de homenagens pelos seus 50 anos de carreira. Entre os eventos, o encontro com cantoras brasileiras no show Elas Cantam Roberto (foto), em 26 de maio, no Teatro Municipal de São Paulo.

Em 19 de abril de 2011 Roberto Carlos completa 70 anos. Parabéns, Rei!

Da Redação                   Fonte e Fotos: g1