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Grupo que fraudou concurso do TJ/PI exigiu até R$ 70 mil por gabarito

Matéria publicada em, 15/03/2016

Delegado Carlos Cesar

Delegado Carlos Cesar

Segundo o delegado Carlos César Camelo, a organização criminosa responsável por tentar fraudar o concurso público do Tribunal de Justiça do Piauí exigiu até R$ 70 mil dos candidatos. O delegado informou ainda que muitos candidatos que fizeram o pagamento receberam o gabarito errado, devido ao sistema de provas divididas por cores, semelhante ao do ENEM, utilizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) no certame.

O valor informado tem base no valor proporcional exigido pela organização criminosa.

“O delegado Kleydson [Ferreira] apurou que eles exigiam R$ 1 mil adiantados e, após a aprovação, pediam até dez vezes o valor do salário para o qual fossem aprovados”, declarou. O cargo com salário mais alto era o de analista judiciário, com vencimento mensal superior a R$ 7 mil.

Segundo Carlos César, muitos dos candidatos que fizeram o pagamento dos R$ 1 mil não receberam os gabaritos corretos.

“As provas foram aplicadas divididas por cores, então alguns pagaram, receberam o gabarito da cor azul e fizeram a prova de cor branca”, informou. Cada cor de prova indica uma organização diferente das questões.

Fraudes em outros concursos

O delegado destacou que as investigações da Operação Veritas, que já prendeu 33 pessoas suspeitas de envolvimento nos crimes, também apurou indícios de fraudes em concursos anteriores.

“Há pessoas sendo presas que são policiais civis, funcionários do IML, do Ministério Público e de outros órgãos. Foram aprovados para seus cargos, possivelmente, por meio de fraudes também. Ainda não há um inquérito apurando isso, mas em um segundo momento, isso também será investigado e as pessoas perderão seus cargos, se for confirmado o crime”, informou.

Lista divulgada pela polícia

Lista divulgada pela polícia

Quanto à presença de policiais civis no esquema, o delegado informou que “não haverá corporativismo negativo”. Hoje pela manhã, mais um policial foi preso.

“A presença de policiais civis é algo muito ruim para a instituição, mas estamos fazendo o que devemos fazer, que é levá-los a responder pelos crimes. Não há corporativismo negativo. Desde o início, o Greco [Grupo de Repressão ao Crime Organizado] tem tido apoio do secretário de segurança e do delegado geral para a prisão desses policiais”, declarou.

Anulação 

Em entrevista ao Jornal do Piauí, o delegado destacou que a decisão de anulação do concurso depende exclusivamente do TJ, mas que a polícia está trabalhando para identificar todos os integrantes do grupo criminoso.

“Estamos colocando todos os meios possíveis para delimitar ao máximo os envolvidos e explicar como ocorreu para que o TJ com segurança decida pela anulação ou não. Tudo está sendo feito com a maior transparência que podemos proporcionar. Sentimos muito pelas pessoas que fizeram o concurso, que investiram tempo e dinheiro e também pelo TJ, que investiu muitos recursos”, disse.

Fonte: cidadeverde


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