Exclusivo: Professora Maria Antônia esclarece os reais motivos de sua saída da Secretaria de Educação do município

Na manhã desta sexta feira(18), oito dias após entregar o cargo de Secretária de Educação do município de José de Freitas, a professora Maria Antônia Saraiva Monte, concedeu entrevista ao portal revistaopiniao.com para esclarecer os reais motivos que a levaram a deixar o cargo.

Ex-secretária Maria Antonia

A professora esclareceu que deixou o cargo porque estava havendo interferências em seu trabalho na educação. “Há muito tempo querem minha cabeça nessa administração, principalmente três pessoas: o repórter Saraiva e os vereadores José Luiz e Arnaldo Abreu. Eles queriam transformar a educação em cabide de empregos e eu não aceitei”, relatou a ex-secretária.

Segundo a professora, depois de negar vários pedidos dos assessores, passou a receber críticas e retaliações de seus próprios “companheiros” de administração, mas alegava sempre que estava seguindo a lei, que não permitia ultrapassar certos limites na contratação de pessoas, evitando o inchaço na folha de pagamento, para não incorrer no mesmo erro da administração anterior, que tanto combateu.

Maria Antônia declarou que ao assumir a pasta, buscou reduzir ao máximo os gastos com pessoal e serviços pagos com dinheiro da educação. Afirmou que conseguiu reduzir os gastos com combustíveis em mais de 80%, no entanto algum auxiliar do prefeito descobriu sua senha de gerenciamento dos recursos da educação, e passou a utilizá-la, pagando despesas da educação que não passavam por sua autorização. Inclusive, os gastos com combustível voltaram a crescer exorbitantemente utilizando verba da educação.

Ao notar o aumento exagerado dos gastos com combustível, a professora foi ao posto de abastecimento que pertence a um vereador da cidade, e que fornece gasolina para a secretaria de educação, averiguar quem tanto estaria consumindo combustível em nome da educação. No entanto, para sua surpresa, os responsáveis pela administração do posto não lhes forneceram os dados e nem lhes deram explicações.

Naquele momento a professora passou a suspeitar que estariam usando de má fé com os recursos de sua pasta. Refletindo, ela lembrou-se que tempos atrás, o Tesoureiro Geral da prefeitura, Edimilson Rosendo, pediu-lhe que assinasse uma requisição bancária, na qual, entre outras informações, requeria sua senha de uso pessoal para movimentação dos recursos da educação. Naquele momento, sem pensar em más intenções da ação solicitada pelo secretario, assinou a requisição, achando que era por uma necessidade do momento. Posteriormente a ex-secretária procurou Edimilson Rosendo que negou ter pego sua senha e se utilizado dela para manipular as verbas da educação sem o seu conhecimento.

Maria Antonia esclareceu ainda, que teve problemas com o Superintendente de Recursos Humanos da prefeitura, por não ter lhe autorizado pagamentos de horas extras e diárias, por conta de que ele já era funcionário do estado e do município e só prestava serviços ao município, já que estava cedido pelo estado, e, além de ganhar seus dois salários (estado e município como professor) ainda ganha uma boa gratificação pelo cargo que ocupa na Prefeitura, no valor de R$ 850,00 (oitocentos e cinquenta reais). De acordo com a ex-secretária houve mês em que o salário desse assessor chegou a mais de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) brutos. A pedido dela, Maria Antonia, o prefeito ordenou que cancelasse as horas extras pagas ao assessor, para que isso não lhe trouxesse transtornos nem à administração.

Recentemente, o Superintendente de Recursos Humanos da Prefeitura, teria afirmado que conseguiu se pagar as horas extras dos meses em que ela deixou de pagar, mesmo não tendo a autorização da secretária.

Assim, ela foi a Teresina, acompanhada da professora Socorro Cruz, procurar o prefeito para despachar com ele, e tratar de outros assuntos, porém mais um episódio aconteceria naquele momento. O prefeito lhe autorizava a assinar um pagamento de um serviço que ela não concordava, então, ela, decepcionada com os últimos acontecimentos e com este último, resolveu voltar e ir embora. O prefeito a acompanhou e perguntou: “Meu bem, você não veio foi despachar comigo?” Ao que ela respondeu: ” Não. Eu vim foi entregar o cargo!” Dizendo isso saiu sem dar maiores explicações. Maria Antonia disse que ainda pretende ter uma conversa com o prefeito para explicar todos os ocorridos que motivaram sua decisão.

Perguntada se voltaria atrás em sua decisão de deixar a pasta educacional do município, Maria Antonia foi enfática: “Acho muito difícil, a não ser que me fossem dadas todas as garantias de que problemas como esses não ocorreriam mais”.  E complementou: “Se pudesse escolher uma equipe pelo trabalho e competência, independentemente de saber em quem votou, faríamos a educação de nossa cidade melhorar muito e servir como referência, modelo educacional”.

Maria Antonia tem recebido muitos apelos para que reconsidere sua decisão, principalmente por parte dos professores, que reconhecem seu trabalho em prol da educação, tanto como sindicalista, quanto como secretária, e sabem de seu caráter, de sua responsabilidade e de sua competência administrativa.

A professora Socorro Cruz, que tem forte ligação com Maria Antonia, está, interinamente, respondendo pela pasta, e, provavelmente, será mantida como titular à frente da educação municipal.

Da Redação