Depois dos Policiais Civis e da UESPI, agora os servidores da saúde entram em greve no Piauí

REVISTA

Manifestação dos servidores da saúde

Os servidores não médicos dos hospitais estaduais iniciam hoje, greve por tempo indeterminado. De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde Pública do Piauí, Elizabete Duarte a categoria decidiu fazer a greve, porque o Governo não quis negociar o reajuste, que os servidores estão reivindicando desde o ano passado.

Elizabete disse que neste primeiro momento apenas 50% dos servidores irão paralisar as atividades, mas se o Governo não aceitar negociar com a categoria o número de servidores trabalhando nos hospitais será reduzido para 30% como obriga a lei.

Na pauta da reivindicação dos servidores está o reajuste salarial de 15%, o plano de cargo de carreira e vencimentos para profissionais não médicos, implantação da gratificação de plantão de enfermaria de servidores de 14 municípios, que ainda não foram implantados e ainda do reajuste do salário de família que é de apenas R$ 2,50.

Para a presidente do sindicato a situação dos trabalhadores é tão séria, que os técnicos prestadores estão recebendo menos que um salário mínimo. “São técnicos que estão trabalhando com a vida humana, seja na UTI neonatal ou em outro setor, a responsabilidade é muito grande e o salário deles é de apenas R$ 510,00”, falou.

Elizabete Duarte disse, que é difícil para a categoria decidir por uma greve, principalmente porque sabem da situação em que os hospitais se encontram, mas foi a única alternativa encontrada pelos servidores para que sejam ouvidos pelo Governo.

“Fomos várias vezes ao gabinete da secretária de saúde Lílian Martins e algumas vezes ela acenou para a concessão do reajuste, também estivemos com o secretário de administração, Paulo Ivan, que também nos prometeu, que até o dia 20 de abril as reivindicações seriam atendidas, inclusive marcou uma data para nos mostrar a planilha e depois cancelou e nos deram o calado como resposta”, disse Elizabete.

Na manhã de hoje os servidores fazem manifestação na frente do Centro Administrativo para chamar atenção do Governo. Além dos servidores, não médicos, os trabalhadores da educação também estarão presentes na manifestação reivindicando o reajuste dos trabalhadores administrativos, que não foi concedido junto com o reajuste dos professores. A UESPI e a polícia civil continuam em greve por tempo indeterminado.

OPINIÃO

A greve é um direito constitucional. Ela só deve ser posta em ação quando não são atendidos os direitos e conquistas dos servidores. O fato é que, apesar de ser legal reivindicar através de greves, os governos têm sempre se manifestado de forma ditatorial, fazendo de conta que nada está acontecedo e tentando colocar a opinião pública contra os trabalhadores. Só há espaço para o entendimento quando as duas partes reconhecem suas falhas e decidem em favor dos mais necessitados, sempre através do diálogo. É frequente ouvirmos de secretários de segurança, de saúde, de administração, etc, um “não negocio com grevistas, com preguiçosos!” , transformando um direito constitucional em ações judiciais.

Não há mais tempo, nem espaço para intolerâncias. Não vivemos mais em ditaduras, ou vivemos?!

Da Redação