Crise na Educação: Greves já chegam na segunda semana sem acordo

As greves dos professores das escolas públicas, tanto da rede Municipal em Teresina, como na rede estadual, em todo o Piauí, aumenta a crise na Educação pública do estado e já entra, nesta segunda-feira, dia 5, na sua segunda semana. São alunos prejudicados, que esperavam ter começado o período letivo no início de março, e que até agora não têm nenhuma solução por parte do prefeito Elmano Ferrer e do governador Wilson Martins.

Professores decidem manter a greve no estado do Piauí

 

Teresina

Em Teresina, segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais Sinésio Soares, o secretário Paulo Machado não recebe os grevistas na SEMEC. “Queríamos entregar um documento para o secretário, mas pela terceira vez não quis nos receber. O nosso próximo passo é ir até a prefeitura protocolar o documento e solicitar uma reunião para falarmos com o próprio prefeito, Elmano Ferrer”, diz Sinésio Soares.

Os professores reivindicam o aumento do piso salarial dos professores e a eleição direta dos diretores das escolas municipais da capital. De acordo com Sinésio Soares, a prefeitura está desrespeitando as leis propostas: “Sempre elegemos nossos diretores, e agora o prefeito suspendeu as eleições e está colocando pessoas indicadas por ele, isso não é certo. Além disso, ainda tem o piso salarial que esta sendo descumprida. Deveria ser pago aos professores R$ 1.937,26 reais o que não está acontecendo. Hoje recebemos apenas R$ 1.187,00 reais, o que fere mais uma lei” afirma o presidente.

Por outro lado, o secretário diz que não há diálogo porque os manifestantes se mostram agressivos. “A greve está virando briga partidária. Sou advogado dos professores e, se eles (os professores) quiserem estou a disposição sempre, mas não vou receber pessoas que querem me ‘agredir’, não vou falar com manifestantes baderneiros. Fui agredido moralmente. Sou um empresário de respeito e não preciso de holofotes, eles é que precisam, não vou aceitar que eles sujem a minha imagem. Fiz um boletim de ocorrência contra os manifestantes que me agrediram. Eles me chamaram de todo nome: vagabundo, empresário ladrão e vários outros palavrões que não quero citar”, lamentou Paulo Machado, que é dono da Facid e levou ‘ovadas’ por parte dos manifestantes no início da semana passada.

Estado

Já na rede estadual, a crise só aumenta. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Piauí (SINTE) defende reajuste de 22% para os professores ativos e inativos. O governo alega que não tem como bancar o aumento para todas as classes. A greve acontece por tempo indeterminado. O secretário estadual de Educação Átila Lira disse que o Estado vai pagar o piso nacional dos professores a partir do mês de maio de 2012. Na oportunidade, o Governo do Estado promete ainda um reajuste geral para a categoria de 6%.

SINTE

Os trabalhadores em Educação no Piauí decidiram hoje, por unanimidade, manter a greve da categoria iniciada no dia 27 de fevereiro.  A decisão foi tomada durante uma assembleia geral no Teatro de Arena que contou com a participação de representantes da categoria da Capital e de vários municípios. Ao final da assembleia os trabalhadores marcharam em passeata até o Palácio de Karnak, sede do Governo Estadual, onde realizaram uma manifestação pacífica.

Segundo a professora Odeni Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Piauí (Sinte), a categoria considerou indecente a proposta apresentada pelo Governo Estadual, além do fato de que o Governo também não apresentou a proposta por escrito. “O Governo propôs um reajuste de 22% apenas para os professores das Classes A e B, ativos e inativos e nenhum reajuste para as demais classes, isto é igualar todo mundo e acabar com as classes do magistério”, disse ela.

No total são 24 mil e 900 trabalhadores em educação no Estado, mas a proposta do Governo contempla um pouco mais de 2 mil profissionais, os demais , conforme a proposta apresentada pela Secretaria de Educação do Estado (Seduc), ficariam sem reajuste ou dependeriam ainda de um projeto a ser encaminhado à Assembleia Legislativa para ser votado não se sabe quando. Wilson Martins também está defendendo que os reajustes sejam de acordo com a inflação acumulada e não pelo custo-alunos como determina a lei do piso.

Na próxima quinta-feira(8) os trabalhadores em Educação farão uma nova assembleia geral, às 9 horas, para discutir o movimento e avaliar alguma proposta oficial do Governo.

Da Redação