Campanha da Fraternidade sobre saúde pública foi lançada nesta Quarta-feira de Cinzas

Hoje, “Quarta-Feira de Cinzas”, é o início da Quaresma para os católicos. A Quaresma é um tempo em que a liturgia da Igreja convida os fiéis a se prepararem para a Páscoa, mediante a conversão, com práticas de oração, jejum e esmola. E é justamente na Quarta-Feira de Cinzas, que acontece um dos principais eventos da Igreja Católica no Brasil, o lançamento da Campanha da Fraternidade.

A CF, como é conhecida, e está na sua 49ª edição, é realizada todos os anos, e seu principal objetivo é despertar a solidariedade das pessoas em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos e apontando soluções.

A Campanha da Fraternidade lançada este ano destaca a saúde pública e suas variantes. Com o temaFraternidade e Saúde Pública”, e o lemaQue a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8), a CF de 2012 tentará refletir o cenário da saúde no Brasil, conscientizando o Governo da precarização de condições dos hospitais e mobilizando a sociedade civil para reivindicar melhorias.

Na apresentação do texto-base da Campanha deste ano, dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário geral da CNBB, explica que, com esta Campanha da Fraternidade, a Igreja quer sensibilizar as pessoas sobre a “dura realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso à assistência de saúde pública condizente com suas necessidades e dignidade”.

De acordo com o secretário, é preocupante a decisão do governo de cortar cerca de R$ 5,4 bilhões da área de saúde. “Os problemas verificados na área da saúde são reflexos do contexto mais amplo de nossa economia de mercado, que não tem, muitas vezes, como horizonte, os valores ético-morais e sociais”.

No texto-base da campanha a CNBB expõe as grandes preocupações da Igreja com relação à saúde pública, como a humanização do atendimento aos pacientes e o financiamento da saúde pública, classificado pela confederação, como “problemático e insuficiente”. A entidade critica ainda a escassez de recursos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O texto da campanha compara os gastos da saúde no Brasil com o de alguns países em que 70% do que é aplicado na área vêm do governo e 30%, do contribuinte. Já no Brasil, em 2009, o governo foi o responsável por 47% (R$ 127 bilhões) dos recursos aplicados na saúde, enquanto as famílias gastaram 53% (R$ 143 bilhões), ou seja, a sociedade brasileira paga caro por uma saúde pública de má qualidade.

De acordo com o ministro da saúde, Alexandre Padilha, que participou do evento, este ano a saúde terá orçamento 17% maior que em 2011, R$ 72 bilhões. “O aumento de R$ 13 bilhões é o maior aumento nominal que já existiu de recursos para a saúde de um ano para o outro, desde o ano 2000. O meu papel como ministro não é ficar esperando os recursos virem, mas, sobretudo, fazer mais com o que temos”.

Da Redação                                                         Fonte: CNBB