As oligarquias piauienses continuam dominando o estado segundo pesquisadores da UFPI

O governo de poucos, ou o domínio do poder político nas mãos de um grupo reduzido de pessoas, é uma realidade bastante clara na política piauiense. É o que atestam estudos produzidos por pesquisadores e estudiosos da Universidade Federal do Piauí, parte deles apresentados em ciclo de palestras realizado na Academia Piauiense de Letras, na manhã do último sábado (20).

Ciclo de palestras na Academia Piauiense de Letras: estudos sobre a política e os partidos piauienses
O evento foi realizado pelo Mestrado em Ciência Política da UFPI, em parceria com a Academia Piauiense de Letras (APL). Dos seis trabalhos apresentados, pelo menos três citaram a oligarquia como um traço bem marcante da política piauiense.

O cientista político Cléber de Deus, coordenador do mestrado, disse que os estudos reafirmam o “caráter oligárquico e restrito” da política piauiense. “O poder político e administrativo no Piauí sempre esteve nas mãos de poucos, de uma pequena elite política que se reveza no poder”, observa.

Para ele, esse caráter oligárquico também pode ser visto em estados mais ricos, como São Paulo, por exemplo. “A diferença é que lá (em São Paulo), a elite política já evoluiu administrativamente; aqui, a elite continua atrasada, com forte tradição familiar”, observa.

O evento contou com palestras de Cléber de Deus, que falou sobre o tema “É a Política Piauiense Vocação”; da mestranda em Ciência Política Mariana Benigno, sobre “Padrões de Carreira dos Deputados Estaduais Piauienses no Pós-1988”; do mestre em Ciência Política Jose Marcílio, que falou sobre “A Trajetória do PMDB Piauiense”; da mestre em Ciência Política Cristiane Adad, sobre “Mestre em Ciência Política – O Albertismo: Mito e Realidade”; e da também mestre em Ciência Política  Sara Epitácio, sobre “Ascensão e Declínio do PFL Piauiense”.

O jornalista Zózimo Tavares, disse que o evento é uma demonstração de que a universidade está produzindo estudos sobre temas de interesse do Piauí. Zózimo disse que Petrônio Portela deu a vida pelas liberdades democráticas. E fez isso pelo caminho mais difícil: embora militasse na esquerda, se “enfronhou” entre os militares pós-golpe de 64 e conseguiu ser o “chefe civil do Governo Militar”. Segundo Zózimo, se não tivesse morrido, Petrônio teria sido indicado candidato à Presidência, tendo Tancredo Neves como vice.

Da Redação       Fonte: diáriodopovo