Após chuva, número de focos de incêndio diminui quase 80% no Piauí

Na noite do dia 20 uma chuva rápida com fortes ventos pegou os piauienses de surpresa e teve ainda um efeito positivo, o número de focos de incêndio diminui 79% nos dois dias seguintes. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) tabulados pelo G1, nos dias 19 e 20 de outubro, o estado registrou 127 queimadas, enquanto que nas 48 horas seguintes, o número diminuiu para apenas 26 incêndios.

chuva

O levantamento mostra que somente 14 cidades do estado registraram focos de calor nos dias 21 e 22. São Miguel do Tapuio foi o município com mais registros, 8, e outras oito cidades tiveram apenas uma queimada. Nos dois dias anteriores, 60 municípios tiveram queimadas.

Segundo a meteorologista Sônia Feitosa, os ventos registrados na noite do dia 20 em Teresina foram de em média 30 km/h, mas que em alguns momentos chegou a 68 km/h. Sônia disse ainda que caíram 15 milímetros de chuva na Zona Sul e 13 milímetros na Zona Norte.

Com a chuva, mais de 10 bairros ficaram sem energia . Árvores e postes caíram interditando ruas e avenidas de Teresina, vários semáforos passaram horas sem funcionar. Na Alameda Parnaíba, no bairro Matinha, Zona Norte, uma árvore caiu interditando toda a rua.  Já na avenida Magalhães Filho o estrago foi ainda pior. Árvores centenárias, dois postes, outdoor e o teto de um restaurante não resistiram a força do vento e foram arrancados. Moradores ficaram apavorados com a situação.

Teresina em situação de emergência
O decreto de emergência para Teresina apontou que pelo menos 24 comunidades e bairros da capital foram atingidos por incêndios. O documento, publicado no Diário Oficial do Município nessa quinta-feira (20), afirmou que as queimadas provocaram enormes prejuízos, destruindo casas, morte de animais e a perda de plantações.

Governo também decretou emergência em varias cidades
Foi publicado no Diário Oficial do Piauí, também nessa quinta-feira, o Decreto nº 16.838/16, que declara situação de emergência nos municípios de União, Curralinhos, Picos, Santana do Piauí, Palmeirais, Nazária, José de Freitas e Teresina.

A Agência de Desenvolvimento Habitacional (ADH) está responsável pelo projeto das unidades, que serão reconstruídas com recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop). Segundo o governo, as famílias também receberão auxílio financeiro de até R$ 10 mil e carros-pipa estão sendo enviados às localidades onde o abastecimento foi inviabilizado. O decreto de emergência tem vigência de 180 dias.

Decretos serão avaliados pela União
Segundo a lei 7.257/2010, pode declarar estado de emergência as cidades ou estados que passam por uma “situação anormal, provocada por desastres” e que comprometa parcialmente a capacidade de resposta do poder público local. Com o decreto, a prefeitura de Teresina pode requerer ajuda financeira.

Após o decreto em esfera local, a situação de anormalidade deve ser reconhecida pela União. A lei define que o estado ou município deve enviar um requerimento ao Ministério da Integração Nacional com detalhes do desastre, da extensão dos danos e das ações que já foram tomadas em nível local.

Casa pegou fogo na zona rural de Teresina, PIauí (Foto: Vinicius Vainner/TV Clube)
Casa pegou fogo na zona rural de Teresina, PIauí (Foto: Vinicius Vainner/TV Clube)

Comunidades e bairros atingidos em Teresina, segundo o decreto municipal
Zona rural Norte: São Vicente de Baixo, Cajazeiras, Esperança, Portal do Parnaíba, Fazenda Soares e Gurupá. Zona rural Leste: Campestre Norte, Soinho, Amparo, Lagoa de Dentro, Santa Teresa, Serra Dourada, Soturno, Estaca Zero e Santa Rita. Zona rural Sudeste: Taboca do Pau Ferrado, Atalaia, Boquinha e Angolá. Zona rural Sul: Alegria, Chapadinha Sul, Junco, Salobro e Cerâmica Cil.

Orientação para a população
Por conta da onda de incêndios, a PRF e o Corpo de Bombeiros fazem alerta de como proceder em casos de queimadas e evitar algumas condutas. De acordo com o major José Veloso, dos bombeiros, a recomendação principal é para que a população evite atear fogo em qualquer local. As altas temperaturas registradas no últimos meses, além da umidade relativa do ar abaixo de 20%, contribuem para a rápida propagação do fogo.

“Até que a situação se estabilize, pelo menos por 10 dias não coloquem fogo em nada. Quer seja no jardim para a limpeza de folhas secas, quer seja na fossa, por conta exatamente desses perigos do fogo se alastrar e a gente não ter como atender a todos os casos.A orientação é não queimar absolutamente nada”, alertou.

Outra orientação é para pessoas que moram próximo a terrenos com vegetação alta e seca. De acordo com o major, o ideal é que seja feita uma limpeza periódicas nessas áreas, que são regiões com mais potencial de focos de queimadas. No caso de incêndio, a recomendação é retirar da residência o que der, mas sem colocar em risco a integridade física e entrar em contato com o Corpo de Bombeiros.

Fonte: G1/Piaui